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Barack Obama reitera compromisso com ordens executivas

Presidente dos EUA prometeu agir até o final do ano para resolver questões imigratórias, mas ações podem sofrer represálias da oposição republicana

DA REDAÇÃO COM AGÊNCIAS

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Mesmo após a derrota do seu partido na terça-feira (4), o presidente reiterou seu compromisso de reduzir as deportações, emitir autorizações de trabalho e reforçar a segurança nas fronteiras, encarando de frente a forte oposição a essas medidas que vem da bancada republicana. O provável próximo líder republicano no Senado, Mitch McConnell, declarou que isso seria como “sacudir um pano vermelho na frente do touro”.

A quarta-feira (5) depois das eleições viu os dois partidos defenderem uma nova era de cooperação mútua. A questão imigratória, entretanto, permanece como um obstáculo para o compromisso bipartidário.

“Não tenho dúvidas de que muitos republicanos ficarão descontentes com qualquer ação executiva que eu tome”, disse Obama numa entrevista depois das eleições. “São pessoas, devo dizer, profundamente contra uma reforma imigratória de qualquer espécie, e que impediram a Câmara de agir no sentido de passar uma lei bipartidária.”

O presidente avalia suas ordens executivas como um pretexto para os republicanos aprovarem a sua própria lei imigratória.
“Se eles estiverem mesmo interessados na reforma imigratória, a melhor maneira de fazer isso é indo adiante, produzindo um projeto de lei que chegue à minha mesa. Dessa forma, as ações executivas que eu tomaria irão embora.”

Os republicanos pretendem usar a recém conquistada maioria para impedi-lo.

“Espero que ele não faça nada, porque acho que assim vai estragar uma oportunidade de lidarmos com um assunto doméstico muito importante”, disse McConnell em Louisville, Kentucky, onde comemorou a sua candidatura vitoriosa ao Senado.

Alguns mais à direita dizem que uma ordem executiva poderá até mesmo ser mesmo razão para o impeachment. Vários republicanos já disseram que a cooperação com Obama será muito difícil, caso ele tome atitudes unilaterais.

Um grupo de senadores republicanos, incluindo Ted Cruz, do Texas, escreveu na quarta-feira ao atual líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, exigindo que ele passe urgente uma legislação que impeça o presidente de promover ações executivas.
Caso contrário, os senadores alertaram, usarão de “todos os meios procedurais necessários” para resolver o que eles chamaram de crise constitucional.

Mas Obama não parece disposto a esperar. Ele já irritou latinos e ativistas pela causa imigratória quando adiou as medidas executivas para depois das eleições.

“Não vou ficar apenas esperando”, disse. “Acho que é razoável dizer que já demonstrei ter muita paciência.”

Os ativistas deixaram claro que a paciência deles também está no limite.

“A eleição acabou. Seja ousado para trazer alívio aos milhões ameaçados de deportação e separação familiar”, disse Janet Murguia, chefe do National Council of La Raza, na quarta-feira. “A comunidade hispânica já aguardou demais e espera que o senhor cumpra a sua promessa.”

Assessores da Casa Branca disseram que Obama, que viaja na próxima semana para Ásia e Austrália, não fará nada antes do final de novembro, e poderá mesmo esperar até dezembro para agir.

Fontes com acesso à Casa Branca disseram que Obama deve estender o programa Deferred Act (DACA), que suspendeu a deportação de mais de 500 mil jovens que chegaram aqui ainda crianças e lhes concedeu autorizações de trabalho. As medidas incluiriam também um aumento no número de vistos de negócios.

Especula-se que o debate seja em torno do tempo de residência nos EUA (fala-se em dez anos) necessário para a eligibilidade do imigrante aos benefícios e se os pais dos jovens beneficiados pelo DACA poderiam ser incluídos no programa. Outra opção seria a de que teriam direito ao benefício apenas os pais de crianças nascidas nos Estados Unidos.

De acordo com as decisões tomadas, as medidas podem beneficiar mais ou menos 3 milhões de pessoas.

Em entrevista, o deputado democrata Luis Gutierrez, um dos maiores lutadores pela causa imigrante, disse que qualquer coisa menos de 5 a 8 milhões de beneficiados seria insufiuciente. Ele e outros concordam que as medidas de Obama vão enfurecer os repbublicanos qualquer que seja o número de beneficiados.

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