Histórico

Brasil deve passar por 2015 com “tranquilidade”, diz presidente do Banco Central

Contrariando previsões pessimistas para economia, Alexandre Tombini diz que país está ‘fortalecido’ para o ano que vem

DA REDAÇÃO COM FOLHA DE S.PAULO

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Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou na quarta-feira (17) que 2015 será um ano de desafios na área econômica, mas que o Brasil tem se preparado, e irá se preparar um pouco mais, para “navegar com uma certa tranquilidade”. “As políticas estão sendo adequadas no país. A política monetária para trazer a inflação para o centro da meta. A política fiscal sendo fortalecida”, afirmou. “O Brasil vai se preparar um pouco mais, com todas suas políticas, para enfrentar esse momento. Estamos em um momento bom, de acertos na economia, política monetária atuando e nosso colchão de reservas oferecendo proteção.”

Um fator de incerteza no próximo ano, segundo o BC, será a continuidade no processo de mudança na política monetária dos EUA, que tem mexido com os preços de ativos no mercado financeiro desde meados do ano passado. “Esse é um dos ciclos de aperto monetário mais antecipado na história recente. Isso não quer dizer que vai ser tranquilo. Até mesmo porque não há precedentes no nível de liquidez injetada no mundo nos últimos anos.”

Para o BC, mesmo quando os EUA começarem a subir as taxas de juros, o que o mercado estima para meados do ano que vem, deverá haver por parte daquele país muita cautela, pois não há interesse em causar um abalo nas demais economias.

Petróleo barato ajuda
Tombini disse ainda que o Brasil pode se beneficiar em um primeiro momento da queda no preço internacional do petróleo, por ser importador líquido do produto. Segundo ele, o barateamento desse produto também ajuda no controle da inflação.

Ao mesmo tempo, o movimento traz volatilidade acentuada aos mercados, segundo o BC, e pode afetar os investimentos das empresas do setor, com impactos futuros sobre a oferta do produto. Na balança comercial, por exemplo, o Brasil teria uma economia anual entre $ 5 bilhões e $ 10 bilhões com a manutenção do preço na faixa de $ 55 o barril.

“Todas as empresas desse setor no mundo devem estar revisando seus planos de investimento”, afirmou. “A esses novos preços, com a revisão dos investimentos nos próximos anos, é natural que a oferta seja afetada ao longo do tempo.”

Dólar ‘reprecificado’
O presidente do BC afirmou ainda que as turbulências na economia internacional afetam nesse momento os preços de ativos em países emergentes, como o câmbio, mas que pode haver, em um segundo momento, uma “reprecificação”. “Aqueles que têm políticas mais fortes e capacidade de se proteger vão sendo separados, e os preços dos ativos no mercado vão refletindo isso.”

Tombini reafirmou que o BC continuará com o programa de intervenções diárias no câmbio e irá definir nos próximos dias qual o valor que será oferecido ao mercado diariamente por meio de contratos de swap cambial.

Disse ainda que a inflação não vai superar o limite de meta de 6,5% neste ano e que o objetivo da instituição é trazê-la para o centro da meta (4,5%) em dezembro de 2016.

Na segunda-feira (15), a moeda americana teve sua 4ª alta seguida no Brasil e encostou em R$ 2,70, o maior valor atingido em mais de 9 anos.

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