Histórico

Brasil reduziu a pobreza em 22% nos últimos seis anos e é o segundo melhor no Brics

Mudança veio com a ajuda às populações mais pobres com os programas sociais e a ampliação do crédito

DA REDAÇÃO COM AGÊNCIA BRASIL

Foto: RAFAEL LASCI
AcheiUSA

Brasil é um dos países que mais evoluíram no desenvolvimento humano nos últimos 30 anos de acordo com o IDH

O índice de brasileiros em situação de pobreza multidimensional caiu 22,5% em seis anos, revelou o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), passando de 11,2% para 7,4%. O resultado positivo fez com que o Brasil subisse no ranking mundial de desenvolvimento humano em 2013. Segundo dados divulgados na quinta-feira (24) pelo Pnud, o país ficou em 79º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2013, uma posição acima da registrada em 2012.

Além de publicar o ranking do IDH de 187 países, o documento apresentou o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) para 91 países. O Índice de Pobreza Multidimensional, no caso do Brasil, baseia-se nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com IDH 0,744, o país registrou a mesma nota da Geórgia (república da região do Cáucaso) e de Granada (país do Caribe). Pela metodologia das Nações Unidas, o Brasil é considerado um país de alto desenvolvimento humano por ter registrado nota acima de 0,7. O IDH varia de 0 a 1, grau máximo de desenvolvimento. Em 2013, o indicador abrangeu 187 países.

A Noruega foi o país com maior IDH no ano passado, com índice de 0,944, seguida de Austrália (0,933), Suíça (0,917) e Holanda (0,915). Em relação aos países latino-americanos, o melhor classificado foi o Chile (41º lugar, com nota 0,822).

Entre o Brics, grupo que reúne as cinco principais economias emergentes do mundo, o Brasil registrou o segundo melhor IDH, atrás da Rússia (57º lugar, nota 0,778).

Apesar da melhoria de 2012 para 2013, o Brasil acumula queda de quatro posições em relação a 2008, quando estava em 75º na lista geral. De acordo com o Pnud, o IDH brasileiro melhorou em todos esses anos. No entanto, quatro países – Irã, Azerbaijão, Sri Lanka e Turquia – tiveram crescimento maior que o Brasil no período, resultando na perda de posições.

Criado em 1980, o IDH mede o desenvolvimento humano por meio de três componentes: expectativa de vida, educação e renda. Em 2013, o Brasil registrou 73,9 anos de expectativa de vida, bem superior ao registrado em 1980, 62,7 anos. De lá prá cá, o IDH do Brasil subiu 36,4%. “O Brasil é um dos países que mais evoluíram no desenvolvimento humano nos últimos 30 anos”, disse o representante residente do Pnud no Brasil, Jorge Chediek. Ele destacou que as mudanças são estruturais e têm ocorrido em todos os governos.

O que melhorou no Brasil?
“O Brasil tem uma trajetória de progresso acumulada durante anos, mas ainda tem muito a fazer. Mesmo com a redução da pobreza nos últimos anos, o Brasil continua desigual”, diz Jorge Chediek. De acordo com o órgão, a cada ano, o país tem reduzido o impacto do cálculo da desigualdade no IDH.

A ampliação dos gastos públicos e os programas sociais ajudaram o Brasil a impedir o retorno das camadas mais vulneráveis da população à pobreza após a crise econômica global de 2008.

Segundo Andréa Bolzon, coordenadora do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, a ajuda às populações mais pobres não se resumiu aos programas sociais. A ampliação do crédito e a valorização do salário mínimo ajudaram a manter a formalização do mercado de trabalho por meio do estímulo ao consumo interno.

“No mundo inteiro, existe a tendência de queda do emprego e aumento da informalidade. O Brasil é um dos poucos países a registrar aumento do emprego e diminuição do trabalho informal entre 2007 e 2010”, apontou Andréa.

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