Histórico

Corte adia deportação de brasileiro que fez falsa ameaça à TAM

Francisco Cruz já está há um ano preso e terá que esperar pelo menos mais dois meses para voltar para casa

O email que o jovem brasileiro Francisco Fernando Cruz, de 23 anos, enviou em janeiro do ano passado com falsa ameaça de bomba à TAM, está custando muito mais caro ao jovem do que ele poderia imaginar. Era para ele ter sido liberado este mês, quando a prisão completa um ano, mas ele terá que esperar pelo menos mais dois meses para voltar ao Brasil. O caso que era de polícia passou a ser uma questão imigratória.

Ele foi preso em 9 de janeiro do ano passado e, mesmo libertado em 10 de janeiro deste ano, só deixará o país através de deportação não voluntária. Até lá, continuará em um centro de detenção.

Em entrevista ao AcheiUSA por telefone, a mãe do rapaz, Cláudia Cruz, disse que o prazo mínimo de dois meses de espera foi dado pelo próprio Francisco à ela Cláudia Cruz, que mora em Sorocaba (SP). “Ele me ligou e disse que seu caso não encaixaria na chamada deportação voluntária. Então terá que esperar mais dois meses a ordem de uma juíza para voltar ao Brasil Ele disse que o prazo que passaram lá e de no mínimo um mês e meio, geralmente dois meses. Na verdade, eu acho que foi um castigo que deram a ele”,  afirmou.

Cláudia disse que o filho não vê a hora de deixar os Estados Unidos e continuar seus estudos no Brasil, junto à família. “Estamos muito ansiosos e meu filho já pagou muito mais do que devia. Não agüentamos mais essa agonia. Tudo que quero é que ele volte logo para nós. Nas vezes que eu falo com ele por telefone, vejo que ele não aguenta mais ficar lá. Já se passou mais de um ano. Ele já se arrependeu e quer seguir com sua vida”, disse Cláudia.

Francisco estava na penitenciária do Estado da Geórgia, mas deixou o presídio com o fim da pena e passou a ocupar um espaço destinado a pessoas que esperam a deportação, o Centro de Detenção Irwin County, na cidade de Ocillla também na Geórgia.

Segundo a advogada Patrícia Fernanda Rodrigues Del Mastro, que representa Francisco no Brasil, a família já enviou um pedido de informações ao Itamaraty para que a data da deportação de Francisco seja informada.

“Solicitamos essa informação há uma semana, mas ainda não tivemos resposta. Ele ficará no centro de detenção até que seja deportado”, explica.

Procurado, o Itamaraty não respondeu se recebeu o pedido da família nem se existe prazo definido para que a deportação ocorra. “As autoridades consulares brasileiras, em Atlanta e Brasília, têm mantido contato com a família e estão sempre à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais sobre o caso”, informou.

Depois de passar um ano fazendo um curso de especialização em marketing, Francisco estava em Miami, no dia 9 de janeiro de 2014, de onde embarcaria em um voo da TAM Linhas Aéreas com destino a Brasília.

Um dia antes, ele utilizou um computador na Montclair State University, na cidade de Montclair, Estado de Nova Jersey, informando à polícia de Miami e à TAM sobre a suposta bomba.

O Departamento de Polícia da cidade americana rastreou a origem da mensagem e conseguiu uma foto, feita pela câmera do computador de onde ele mandou a mensagem, que mostrava o estudante no momento do envio.

Ele foi identificado e os policiais chegaram até Francisco ainda no aeroporto, antes do embarque. A bagagem dele foi revistada e nada foi encontrado, mas ele foi detido e enviado a uma delegacia, onde assumiu ser o autor das mensagens.

Ele permaneceu preso até o julgamento, ocorrido em maio, onde foi condenado. “Desde a primeira vez que falei com ele, meu filho diz que está arrependido. Ele achou que não levariam em conta a brincadeira por ser no voo dele. Ele também disse que queria ver se conseguiriam identificá-lo”, diz Cláudia. “Ele fez sem pensar, coisa de criança, mas por isso estou há dois anos sem ver meu filho”, completou.

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