Histórico

Evasão escolar entre os jovens hispânicos

Maria Grosso

Os Estados Unidos são o país das oportunidades. Assim, na hora em que a taxa de evasão escolar entre os alunos hispânicos é a mais alta em todo país e o Dream Act segue sendo um sonho distante, é nossa obrigação analisar porque os jovens de 15 a 24 abandonam seus estudos e debater sobre como podemos trabalhar para assegurar seu sucesso e assim garantir nossa prosperidade coletiva.

Em 2012, os alunos hispânicos tiveram uma taxa de evasão escolar de 12.7%; 8.4 pontos maior que a dos alunos americanos brancos e 5.2 pontos maior que dos alunos afro-americanos, de acordo com o Centro Nacional para Estatísticas Educacionais (NCES). A maior causa do problema está nas influências sociais que o aluno sofre, e na falta de apoio e participação dos pais nas atividades escolares dos filhos. Em muitos casos, isso ocorre a partir de um desconhecimento básico dos direitos dos alunos e dos pais, entre os quais: todos os alunos têm direito ao acesso à escola pública, desde o jardim até a 12ª série; todos os alunos têm direito a programas escolares que lhes ajudem a melhorar o inglês; todos os pais têm o direito de receber informações em espanhol; a café da manhã e almoço grátis ou com descontos; direito a contestar uma ação disciplinatória da escola; direito de não ser discriminado por sexo, raça, etnia, gênero, incapacidade, status imigratório ou nacionalidade.

Outro fator que contribui para a evasão é a falta de consciência sobre as implicações da gravidez juvenil, já que somente 50% das jovens mães terminam a graduação ou recebem um GED. As jovens hispânicas têm a maior taxa de gravidez juvenil entre todos os grupos étnicos. De acordo com uma análise dos dados do Censo, estima-se que uma em cada quatro jovens hispânicas fica grávida antes dos 19 anos. Ainda que latinas representem apenas 16% das mulheres nos EUA, recebem apenas 7.4% dos diplomas.

Às vezes os alunos carecem de recursos que, combinados com outras condições, podem resultar em fracasso escolar. Para combater esses efeitos, existem sistemas como a Khan Academy, que oferece cursos completos e gratuitos para quase todos os temas do currículo acadêmico. Para os adultos e jovens que desejam continuar seus estudos, existem cursos MOOC (Mass Open Online Course), oferecidos por programas como Udacity e Edx, que colaboram com as mais prestigiadas universidades do mundo criar versões virtuais e acessíveis de seus cursos mais populares.

Somos jovens, somos bilíngues (41%) e temos o maior potencial de crescimento entre todos os grupos étnicos. Terminar nossos estudos nos capacitará para sermos os líderes do futuro. Está na hora de mudar a realidade para que mudem as estatísticas.

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