Histórico

Extremistas islâmicos ameaçam militar dos Estados Unidos que assassinou Bin Laden

Ex-Navy SEAL foi ameaçado por jihadistas após revelar no começo do mês sua identidade, até então, mantida sob sigilo

DA REDAÇÃO COM EXAME

Extremistas islâmicos ameaçam militar dos Estados Unidos que assassinou Bin LadenUm ex-combatente da tropa de elite da marinha americana, a Navy SEALS, foi ameaçado de morte por extremistas islâmicos após revelar publicamente, no começo de novembro, que foi ele quem deu o tiro fatal no líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, morto em 2011.

O militar Robert O’Neill, de 38 anos, afirmou ao jornal Washington Post que atirou no líder da Al-Qaeda em seu esconderijo de Abbottabad, no Paquistão. Após a revelação, jihadistas fizeram ameaças imediatamente contra O’Neill, segundo um órgão de vigilância que monitora redes utilizadas pelos extremistas islâmicos. Fotos do militar, acompanhadas de mensagens em árabe e em inglês com pedidos de vingança pela morte de Bin Laden, foram divulgadas no Twitter e em fóruns frequentados por jihadistas.

Uma das mensagens afirma, em árabe, “enviaremos aos lobos solitários nos Estados Unidos a foto deste Robert O’Neill que matou o xeque Osama Bin Laden”. Lobo solitário (ou lone wolf) é o nome dado a terroristas que atuam sozinhos, sem ligação a nenhuma rede terrorista e, por isso, são considerados mais difíceis de serem identificados e terem sua atuação coibida. Outra das mensagens destaca, nos dois idiomas, “vocês, os muito apreciados muçulmanos nos Estados Unidos, esta é sua oportunidade de entrar no paraíso”, conclamando ataques a O’Neill.

Motivo da revelação
O ex-militar afirmou ao jornal que decidiu revelar seu nome depois de saber que o canal Fox News exibiria, em novembro, um documentário chamado “The Man who Killed Usama ben Laden”, que revelaria a identidade do autor da morte do terrorista. Assim, o militar resolveu vir à público e assumir a autoria do tiro para que outro militar não se apoderasse de seu feito.

Durante a operação contra Bin Laden, O’Neill, que nasceu em Montana (MT), afirma que era o segundo na posição de ataque. Quando o líder da Al Qaeda apareceu, seu companheiro na linha de frente errou o tiro. Apesar da escuridão do quarto, ele conseguiu ver claramente o rosto de Bin Laden com a mira de visão noturna e atirou. Teve certeza de que estava morto, ao ver seu crânio partido. “Bin Laden estava ali parado, com as mãos nos ombros de uma mulher, e a empurrava para frente”, relatou O’Neill. Segundo o Washington Post, dois integrantes do comando que participou na operação confirmaram a identidade do ex-soldado.

‘Desfecho’
Durante muito tempo, o ex-Navy SEAL ficou em dúvida sobre tornar pública sua identidade, que já era conhecida em altos círculos militares e por membros do Congresso e pelo menos por dois meios de comunicação. Um encontro com os familiares das vítimas dos atentados contra as Torres Gêmeas do World Trade Center de Nova York, em 2011, acabou por convencê-lo de que deveria falar sobre a operação que terminou com a morte de Bin Laden. “Os familiares me disseram que isso os ajudou, de alguma maneira, a ter um desfecho”, explicou O’Neill ao jornal.

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