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Grife popular entre brasileiros é acusada de racismo nos EUA

Ex-funcionária da Abercrombie and Fitch diz que marca esconde empregados negros

Grife popular entre brasileiros é acusada de racismo nos EUA

DA REDAÇÃO (com O Globo) – Uma funcionária da loja de roupas americana Abercrombie & Fitch, uma das grifes mais populares entre turistas brasileiros que vêm aos Estados Unidos, acusou a empresa de racismo contra modelos negros, além de denunciar “incontáveis” incidentes de sexismo e discriminação dentro da companhia.

De acordo com a mulher, que escreveu anonimamente sobre as suas experiências ao site feminino xoJane, os funcionários negros eram enviados para casa antes do final do expediente para não serem vistos por executivos que vinham à sua loja.

Segundo a funcionária, que começou a trabalhar na Abercrombie depois de ser abordada por dois modelos da empresa enquanto fazia compras, o emprego inicialmente era divertido. No entanto, com as visitas do diretor-executivo da empresa, Mike Jeffries, à sua loja, gerentes começaram a enviar funcionários para casa mais cedo, até que apenas os modelos “mais magros, altos e brancos” ficassem visíveis.

Jeffries, que se aposentou aos 70 anos em dezembro passado, costumava descrever a sua marca de roupas femininas dizendo que “pessoas bonitas atraem outras pessoas bonitas, e queremos atingir pessoas descoladas e bonitas… Muitas pessoas não pertencem às nossas roupas, e elas jamais pertencerão”.

A empresa ficou famosa por contratar vendedores atraentes e usar modelos femininas de topless e garotos musculosos sem camisa nas inaugurações de lojas e em suas campanhas publicitárias.

Ainda segundo o relato da funcionária, um modelo negro chegou a denunciar a conduta racista dos gerentes internamente na companhia, mas a investigação sobre o caso não teve resultado por “falta de evidências” — as acusações foram negadas pelos gerentes.

Situações de assédio sexual por clientes sobre funcionários da loja também seriam comuns e, segundo ela, teriam como uma das razões os uniformes curtos exigidos pela loja.

“Eu comecei a odiar vir para o trabalho. O que já foi um emprego divertido passou a fazer o meu estômago revirar quando eu relutantemente colocava o meu uniforme com shorts e tops curtos” escreveu ela. “Uma vez, fui seguida por um grupo de homens dentro da loja, enquanto eles faziam comentários baixos sobre os meus seios”.

Procurado pelo jornal britânico The Independent, um porta-voz da Abercrombie & Fitch informou que as alegações seriam investigadas.

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