Histórico

Telexfree afirma que vai devolver dinheiro a brasileiros

Empresa é acusada de fraude e pirâmide financeira nos Estados Unidos e Brasil

DA REDAÇÃO COM UOL

A Ympactus Comercial, que representa a Telexfree no Brasil, publicou um vídeo na terça-feira (19) prometendo devolver R$ 250 milhões aos participantes da empresa, que é suspeita de praticar pirâmide financeira, mas nega irregularidades. Apesar de citar o patrimônio de R$ 600 milhões, reportagem publicada pela revista “Veja” em agosto mostra que o patrimônio da empresa bloqueado é de R$ 152 milhões. Estima-se que o rombo nas economias de milhares de brasileiros nos países que a empresa atuava tenha chegado a $1 bilhão.

Os R$152 milhões não são suficientes nem sequer para pagar as dívidas tributárias da Ympactus. Ainda na reportagem da revista, a Ympactus Comercial já teria começado a pagar suas dívidas, porém a prioridade do pagamento, no entanto, não é para os divulgadores, e sim para a dívida tributária com a União.

Segundo o procurador-chefe da Procuradoria da Fazenda do Espírito Santo, consultado pela “Veja”, não existe vínculo empregatício entre os divulgadores e a Telexfree. Portanto, eles serão os últimos a receber o que a empresa deve. Pela lei, a prioridade de pagamento é da dívida tributária federal, a não ser que haja alguma dívida trabalhista.

Em vídeo, Carlos Costa, um dos sócios da Ympactus, afirmou que foi concluído o “mutirão da devolução” e que foram juntados R$ 250 milhões nessa iniciativa. Ele havia afirmado em maio deste ano que a empresa iria fazer um “mutirão” para devolver o dinheiro de participantes.

A ideia era arrecadar fundos para “pagar os divulgadores que não tiveram tempo de recuperar o dinheiro”, disse ele.

No vídeo divulgado na terça-feira, Carlos Costa não é claro quanto a origem dos R$ 600 milhões. “Vamos devolver o dinheiro dos divulgadores e vamos continuar, afinal de contas, tem R$ 600 e tantos milhões, tirando R$ 250 milhões, ainda tem lá uma beirada pra gente brigar. E vamos brigar até o final”, afirmou.

Os outros sócios da Telexfree, Carlos Wanzeler, de 45 anos, continua foragido da justiça americana, acredita-se que ele esteja no Brasil, já o americano  James Matthew Merrill, foi preso em maio deste ano e após ficar algumas semanas atrás das grades foi solto depois de penhorar todos os bens da família.

Entenda o caso
A Telexfree vende planos de minutos de telefonia pela internet (VoIP) e é acusada nos EUA de praticar pirâmide financeira. A empresa também é investigada no Brasil e está proibida de operar desde junho do ano passado.

A empresa entrou com pedido de recuperação judicial (antiga concordata) dois dias antes da acusação de formação de pirâmide. Seus bens foram congelados nos Estados Unidos e a empresa foi impedida de operar.

A formação de pirâmide financeira é uma modalidade considerada ilegal porque só é vantajosa enquanto atrai novos investidores. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso. Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo.

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