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Brasileira se destaca como caminhoneira profissional nos Estados Unidos

Profissão tem bons salários e mão-de-obra escassa; conheça a história de Carolina Ortega

Carolina Ortega é caminhoneira nos EUA (Foto Victor Seabra)
Carolina Ortega é caminhoneira nos EUA (Foto Victor Seabra)

A brasileira Carolina Ortega, de 30 anos, decidiu se aventurar por uma profissão que nunca tinha tido experiência no Brasil e que é dominada por homens: ela é caminhoneira nos Estados Unidos. Carolina, conhecida em seu canal do Youtube e no Instagram como ‘Loira na Estrada’, já atravessou 37 estados americanos em pouco mais de um ano na profissão, sempre na companhia do namorado Victor Seabra.

Dados da American Trucking Associations (ATA) apontam que no País há uma grande escassez de motoristas de caminhão por diversas razões, mas a principal é que se trata de um trabalho duro. Além disso, o motorista precisa estar legalizado nos Estados Unidos e tem que ter uma habilitação especial. Carolina conversou com o AcheiUSA e falou sobre sua experiência no caminhão, o qual chama carinhosamente de ‘Bitelo’.

AcheiUSA – Como é ser caminhoneira nos EUA?

As paradas de caminhão nos EUA possuem boa estrutura para receber os caminhoneiros, com bastante vagas para estacionar, banheiros limpos e banheiros com chuveiro quente, espaçosos e eles também fornecem toalhas de banho. As lojas de conveniência dos postos possuem um pouco de tudo. A única coisa que falta nas estradas americanas é um bom restaurante com comida caseira (risos).

Sabemos que é uma profissão dominada pelos homens. Qual foi o caminho percorrido para conseguir esse trabalho?

Eu e meu namorado estamos trabalhando há mais ou menos um ano e um colega, ao qual somos muito gratos, nos deu a primeira oportunidade de trabalho. Isso motivou nossa decisão para tirar a carteira, pois normalmente as empresas pedem experiência e a primeira oportunidade acaba se tornando muito difícil para algumas pessoas.

É difícil ser mulher nessa profissão nos Estados Unidos?

As pessoas se espantam um pouco quando você fala que é truck driver, mas sempre agem com respeito e admiração, pois é uma profissão onde poucas mulheres atuam, então ao mesmo tempo que espanta existe reconhecimento por estar numa profissão tão desafiadora.

Você já trabalhou com isso no Brasil e, se não, como surgiu a ideia?

Não. Eu e meu namorado decidimos juntos tirar a carteira de caminhão para trabalharmos juntos e viajar sem gastar nada. Levamos dois meses para tirar a carteira. Estamos trabalhando há mais ou menos um ano e amamos nosso trabalho, pois ele une o útil ao agradável.

Quais são os principais desafios da profissão?

Enfrentar as condições climáticas extremas, como temporais, ventos fortes, neve. Dirigir em rodovias, como em montanhas, ruas muito estreitas, entrar em bairros apertados. Além disso, o sono e o cansaço também são grandes vilões. Dormir bem é extremamente importante para que as horas dirigidas sejam tranquilas.

Qual conselho você daria para quem quer começar?

Determinação e paciência, pois e não é uma profissão que se aprende do dia para noite, mas com dedicação e foco as coisas fluem.

Quando surgiu a ideia de criar um canal no Youtube e como está sendo a repercussão?

Há cerca de três meses decidi criar o canal e a repercussão está sendo muito boa, recebo muitas mensagens positivas que me motivam a cada dia fazer mais vídeos para o canal, sempre trazendo um conteúdo novo. Sinto que é algo recíproco, pois muitas pessoas estão me dizendo a mesma coisa, que sou uma fonte de motivação, e isso me deixa completamente grata. Estar na estrada todos os dias é um presente. São muitas experiências e coisas novas que só a estrada ensina. Sentimentos e emoções que nunca iríamos sentir se estivéssemos em um trabalho rotineiro.

Para acompanhar as aventuras de Carolina, acesse “Loira na Estrada” e no Instagram: @loiranaestrada. Carolina está participando de um sorteio pelo site https://roadwarrior.pilotflyingj.com/. “Eu preciso chegar aos 12 finalistas para concorrer ao primeiro, segundo ou terceiro lugar e se eu ganhar vou doar uma parte do prêmio para caridade”, disse.

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