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De Kazan para Rio de Janeiro

A Seleção Brasileira não esteve em uma boa jornada. Suas principais peças não renderam como esperado, sobretudo Neymar

Desta vez, Neymar não caiu muito nem reclamou; em compensação, pouco jogou...
Desta vez, Neymar não caiu muito nem reclamou; em compensação, pouco jogou…

Brasil está fora da Copa do Mundo de 2018. Por mais que isto possa doer para a torcida brasileira, é importante analisar friamente a campanha feita pela Seleção Brasileira depois de Tite ter assumido o comando. A derrota para a Bélgica por 2 a 1 e a consequente eliminação nas quartas de final não podem invalidar o trabalho feito por essa comissão técnica e, em minha opinião, deve prosseguir. Claro, como todo trabalho, deve haver correção. Porém, não podemos nos esquecer que o Brasil perdeu para uma das melhores seleções do torneio – e uma das favoritas à conquista do título.

A Seleção Brasileira não esteve em uma boa jornada. Suas principais peças não renderam como esperado, sobretudo Neymar – esta foi uma das piores partidas dele sob comando de Tite – e Coutinho, que, pelo menos, foi autor de um passe genial para o gol de honra anotado por Renato Augusto. Entretanto, no primeiro tempo predominou o bom toque de bola dos craques belgas, principalmente o trio de ataque formado por Lukaku, Hazard e De Bruyne, que fez um golaço! O irônico é que, apesar do futebol pobre da equipe verde-amarela, o melhor jogador em campo foi Thibau Courtois – o goleiro belga defendeu bolas impossíveis e apenas foi vencido na cabeçada certeira de Renato Augusto.

Alguns veículos de comunicação e jornalistas estão tentando crucificar Fernandinho como o vilão da derrota. Realmente, ele não fez uma boa partida, tendo sido inclusive autor do primeiro gol da Bélgica ao desviar a cabeçada de Kompany e enganando Allison Becker. Vale lembrar que isto faz parte do jogo – o que dizer do frango de Fernando Muslera, goleiro uruguaio, no segundo gol da França? Só erra quem está em campo, portanto, vilanizar alguém é uma atitude covarde. Ora, no futebol são 11 contra 11. Da mesma forma que Fernandinho e Muslera falharam, também seus companheiros não fizeram nada para reverter os resultados. Traduzindo, no futebol, ganha-se como equipe e perde-se como equipe.

Agora, a Seleção Brasileira vai para o hotel e parte de volta para o Rio de Janeiro, não de maneira triunfal como esperavam os torcedores, porém, com a sensação do dever cumprido. Afinal, foi eliminada por um bom time e fez uma boa campanha. Todos devem lembrar que apenas uma equipe será campeã, as outras 31 participantes ficarão frustradas. E, por favor, sem esta de ficar relacionando a campanha da equipe com os problemas que enfrentads pelo Brasil. Uma coisa nada tem a ver com a outra.

Por fim, acho ridículo ligar a má partida de Fernandinho, escolhido por Tite graças à sua boa temporada no Manchester City, ao fatídico 7 a 1 sofrido pelo Brasil na semifinal contra a Alemanha em Belo Horizonte na Copa passada. Até porque ninguém merece destaque positivo neste jogo contra Bélgica em Kazan, embora tenha gostado das substituições processadas por Tite. Pois é, o mais duro é constatar que a ridicularizada Seleção Brasileira de Felipão 2014, derrotada na semifinal, foi mais longe do que a exaltada Seleção Brasileira de Tite 2018, eliminada na fase de quartas de final…

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