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Justiça do Tennessee devolve guarda de filho para brasileira

Depois de audiência que durou mais de 10 horas, Cheyenne Menegassi saiu vitoriosa da Corte; pai americano se recusava a devolver o menino

Mãe saiu vitoriosa da Corte no Tennessee
Mãe saiu vitoriosa da Corte no Tennessee

Terminou em final feliz o drama da brasileira Cheyenne Menegassi que vai conseguir levar de volta o filho Gustavo Gaskin, de 13 anos, de volta ao Brasil. Guga viajou durante as férias de julho para visitar o pai e não retornou na data prevista. A mãe dele, Cheyenne Menegassi, acusou o ex-marido Sanuel Gaskin de sequestro internacional do adolescente.

Na audiência, que durou mais de 10 horas e terminou mais de meia-noite desta sexta-feira (9),  a Justiça cancelou a guarda emergencial dada ao pai de Guga quando o menino chegou nos Estados Unidos, no final de junho. Segundo a advogada da família brasileira, Camila Ghozellini Carrieri, além de Gaskin e Cheyenne, o menino também foi ouvido pelo juiz do caso.

“O Guga foi ouvido e isso foi uma parte da audiência que parece que durou bastante e foi isso que no final fez dar certo”, comentou a defesa. O menino foi ouvido pelo juiz, separado dos pais.

Ainda segundo a advogada, o adolescente já está com a mãe novamente, mas ainda não há previsão do retorno dos dois ao Brasil. “Ela já está providenciando a volta”, disse Camila.

A audiência que interrompeu o processo de pedido de guarda do pai foi marcada após mais de um mês de espera em um trâmite que envolveu o Ministério de Justiça e a Autoridade Central norte-americana.

Brasil e EUA são signatários da Convenção de Haia, que prevê que a discussão da guarda ocorra no país onde mora o adolescente, no caso o Brasil. O governo norte-americano enviou um comunicado à Justiça do Tennessee orientando que a convenção fosse respeitada.

Entenda o caso

O drama de Cheyenne começou em junho, quando ela mandou o filho, nascido nos EUA, para passar um mês de férias com o pai Samuel Gaskin no Tennessee. Gustavo viajou dia 23 de junho e sua passagem de volta estava marcada para o dia 29 de julho. O problema é que, segundo relato de Cheyenne ao AcheiUSA, desde que o menino viajou ela mal conseguiu falar com o filho. “Meu filho saiu daqui com um Iphone e um Ipad para fazer contato e simplesmente parou de fazer. Eu tentava mandar mensagens e ninguém respondia. Passei a enviar e-mails para a família americana dele para ver se alguém respondia, até que uma irmã do Samuel me disse que nem sabia que o sobrinho estaria nos EUA. E que o irmão teria se afastado da família e se isolado numa fazenda, que ninguém tinha mais contato”, contou.

Foi então que Cheyenne acionou uma advogada no Brasil que deu um documento provisório para a guarda de Gustavo e ela embarcou para os EUA no dia 03 de agosto. Embora Samuel tenha conseguido a guarda emergencial do filho na Justiça americana, a Convenção de Haia, da qual os dois países são signatários, estabelece que, nesse caso, a discussão sobre a guarda deve ocorrer no país onde mora a criança.

No dia 23 de agosto, ela teve uma audiência na Justiça e só nesta data conseguiu ver o filho. “Ele estava muito estranho, não dizia nada. Não falou nada comigo, passou por mim e começou a chorar”, disse. “O pai disse que o filho estava com medo de mim. Medo de que? Criei meu filho sozinha, sem qualquer ajuda dele. Não sei o que ele está fazendo com a cabeça do menino”, lamentou a mãe.

A brasileira acredita que Samuel esteja obrigando o menino a ficar com ele e, por esse motivo, não a deixa fazer contato. “Se meu filho quiser morar com o pai nos Estados Unidos para estudar, eu não me oponho. Mas ele tem que ir ao Brasil, concluir este ano letivo, se despedir da família, para então vir. Mas não é o que está parecendo. Ele está sendo obrigado pelo pai a fazer o que não quer”.

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