Ciência e Tecnologia

Mistério além da órbita de Netuno

Niku, planetoide com pouco menos de 200km de diâmetro, não respeita regras do Sistema Solar e deixa cientistas perplexos

Netuno fica a 4,3 bilhões de quilômetros da Terra no seu ponto mais próximo de nós

Há um estranho objeto um pouco além da órbita de Netuno. Os astrônomos o batizaram de “Niku”, que significa “rebelde” em chinês, por causa do seu comportamento errático.

Niku foi descoberto por um grupo de cientistas através do Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System, um complexo de telescópios em Maui, no Havaí. O estudo revelando a descoberta ainda não foi revisto, portanto as descobertas ainda são preliminares.

“Tomara que todo mundo tenha apertado os cintos de segurança, porque o Sistema Solar acaba de ficar muito mais esquisito”, tuitou Michelle Bannister, astrônoma da universidade de Belfast, Irlanda do Norte.

O objeto é 160 mil vezes menos brilhante que Netuno, sugerindo que ele possa ter um pouco menos de 200km de diâmetro, colocando o astro gelado na categoria de planetoide, o que significa que ele é menor que um planeta, mas maior que um cometa.

A coisa começa a ficar estranha quando analisamos a órbita de Niku, um plano com 110 graus de inclinação em relação ao plano do Sistema Solar. Esse segundo plano – o disco imaginário sobre o qual os planetas giram em torno do sol – é o que define a qualidade de corpo pertencente ao nosso sistema planetário.

Mas Niku, além de mover-se acima do plano, sobe um pouco mais acima dele todos os dias. E, diferente de todos os objetos seguidores das leis do sistema solar, Niku viaja contra a corrente dos demais astros do sistema, girando no sentido contrário em torno do sol.

Para não pertencer ao plano do sistema solar ou girar na sua direção oposta é preciso que um objeto tenha sido desviado do seu curso normal por alguma coisa, ou rebocado pela gravidade de um outro objeto.

“Isso dá uma pista de que há muito mais coisas acontecendo no sistema solar exterior do que a gente pensa”, diz Matthew Holmas, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, que faz parte da equipe que descobriu Niku.

Os cientistas repararam que o rebelde Niku parece estar seguindo o curso de outros objetos estranhamente alinhados. À primeira vista, os cientistas pensaram que o Nono Planeta, um planeta hipotético que teria dez vezes a massa da Terra, poderia estar guiando os objetos.

Acontece que Niku estaria fora do alcance do Nono Planeta, longe demais para sofrer qualquer influência gravitacional do suposto planeta.

“Parece que eles têm uma pista”, disse Konstantin Batygi, um dos pesquisadores que propõem a existência do Nono Planeta, à revista New Scientist. “Se essa pista revelar os fatos, eles serão fantásticos.”

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