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Justiça chega aos financiadores da invasão no DF; PGR investiga autores intelectuais, ‘mesmo aqueles no exterior’

Investigação aponta pelo menos 52 pessoas e sete empresas acusadas de financiar os atos violentos ocorridos em Brasília. Procuradoria-Geral da República busca agora os autores intelectuais dos atos, "mesmo aqueles que estão no exterior"

AGU bloqueia R$ 6,5 milhões em bens dos investigados por financiar o ato violento em Brasília. Foto: Marcelo Camargo (Agência Brasil)

De acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino, as investigações sobre os atos de vandalismo que ocorreram em Brasília no último domingo (8) chegaram nos financiadores dos protestos, com pelo menos 52 pessoas e sete empresas envolvidas. Segundo o ministro, a maioria dos acusados são das regiões sul e centro-oeste do país, áreas onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última eleição para presidência. A lista dos acusados foi publicada pelo G1, nesta quinta-feira (12).

Visando garantir ressarcimento dos estragos causados nos prédios públicos do Distrito Federal, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu que a Justiça Federal do DF bloqueie cerca de R$ 6,5 milhões em bens dos investigados. Segundo a AGU, o grupo teve “papel decisivo no desenrolar fático” dos ataques às sedes dos Três Poderes e, por isso, “devem responder pelos danos causados ao patrimônio público federal e derivados”.

“O que é possível afirmar cabalmente é que houve financiamentos. Temos a relação de todos os contratantes dos ônibus. E essas pessoas serão chamadas porque contrataram os veículos e não eram para excursões turísticas”, declarou Dino.

Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) quer investigar quem são os autores intelectuais dos atos de vandalismo praticados por apoiadores radicais do ex-presidente em Brasília. O pedido, enviado para o Supremo Tribunal Federal (STF) e obtido pela TV Globo, nesta quinta-feira (12), diz que vai investigar todas as pessoas que fizeram ataques às urnas, com insinuações de fraudes eleitorais, deslegitimação de quem venceu a eleição e ataques ao Supremo Tribunal Federal, “mesmo aqueles que estão no exterior”. A PGR quer investigar também aqueles que fizeram a associação do Congresso de maneira “injusta e indiscriminada” à corrupção.

O documento aponta como “autor intelectual” aqueles que propagaram teorias que promovem “mobilização da massa violenta”, fomentando atos de vandalismo na capital federal, reforçando que os discursos que levaram à tentativa de golpe de estado naquele dia atacavam a legitimidade da democracia brasileira.

Na última lista divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária do DF, na quarta-feira (11), cerca de 763 pessoas permaneciam presas em decorrência dos atos criminosos. Ao todo, 498 homens foram levados ao Centro de Detenção Provisória II e 265 mulheres, à Penitenciária Feminina do DF. E o número pode aumentar, já que na Academia Nacional de Polícia, há centenas de pessoas detidas passando por uma triagem da Polícia Federal para serem liberadas ou presas, dependendo do envolvimento na depredação.

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