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Brasil assume comando temporário do Mercosul e busca concluir negociações com União Europeia

Lula assume a presidência temporária do grupo formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, com mandato até o fim de 2023

Lula assume responsabilidade de negociar com UE em nome do Mercosul. Foto: InfoMoney

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta terça-feira (4), da 62ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Puerto Iguazú, na Argentina. Na ocasião, o Brasil receberá do governo argentino o comando temporário da presidência do bloco econômico, com mandato até o fim de 2023.

A presidência temporária do grupo — formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai — terá duração de seis meses e a grande expectativa é pela conclusão do acordo Mercosul-União Europeia, negociado desde 1999. Em 2019, foi finalizada a parte comercial e, desde 2020, o acordo está em revisão. Em janeiro, o bloco europeu apresentou um documento adicional, que prevê sanções. Entre os entraves, está a questão ambiental, liderada atualmente pela França. Os franceses insistem que o acordo não deve ser implementado sem garantias “sólidas” sobre o cumprimento do Acordo de Paris, o tratado mundial sobre as mudanças climáticas.

Durante entrevista coletiva, na quinta-feira (29), em Brasília, o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Maurício Carvalho Lyrio, explicou que o governo brasileiro está terminando a avaliação de pontos do acordo Mercosul-União Europeia para apresentar aos parceiros do bloco e depois levar ao grupo econômico europeu.

Segundo Lyrio, se trata de “um processo que não é tão rápido, porque os acordos são muito delicados, exigiram um trabalho de coordenação interna muito intenso. O governo, na verdade, se iniciou há seis meses, então é um processo que exige muito cuidado da nossa parte. E, por isso, o governo brasileiro se dedicou nesse período a fazer essa avaliação. Acho que estamos muito próximos de apresentar aos parceiros do Mercosul as nossas avaliações e, posteriormente, apresentar aos parceiros da União Europeia”, disse.

Durante a cúpula, os presidentes dos países do Mercosul (Alberto Fernández, da Argentina, Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, Mário Abdo Benítez, do Paraguai e Luiz Lacalle Pou, do Uruguai) vão debater, além do acordo com a União Europeia, um possível tratado com a Associação Europeia de Comércio Livre (AECL), grupo de países do continente que não participam do bloco europeu – Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein –, e outro com Singapura.

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