Palmer teria pago $55 mil para caçar animal. Parque teria sido conivente
Walter James Palmer seria o responsável pela morte do leão Cecil
DA REDAÇÃO (com Revista Época) – Uma foto de um leão imponente e símbolo do Zimbábue, na África, rodou a internet na última semana, mas por uma causa triste, o rei da selva foi morto por um caçador. A ONG Zimbabwe Conservation Task Force (ZCTF) divulgou em seu Facebook na terça-feira (28/07) a identidade do suposto caçador que matou o leão chamado Cecil. O homem responsável seria o americano Walter James Palmer. Pela manhã, o site Telegraph identificou Palmer como um dentista.
Em comunicado divulgado na tarde de terça-feira (28), reproduzido pela CBS, Palmer confirmou que esteve no Zimbábue este mês para uma viagem de caça com arco e flecha. Porém, ele disse que contratou guias profissionais, que teriam garantido as permissões. “Eu não tinha a menor ideia de que o animal que matei era um leão popular no país ou que tinha um rastreador e era parte de um estudo até o final da minha caçada. Eu confiei na experiência dos meus guias locais para garantir uma caça de acordo com a lei”, escreveu. “Eu lamento profundamente que uma atividade que eu amo e pratico com responsabilidade e legalmente tenha causado a morte deste leão”.
Cecil tinha 13 anos e era um dos leões mais conhecidos da África, símbolo do principal parque do Zimbábue, o Hwange. Autoridades do parque e do país afirmaram que haviam aberto um processo de investigação e procuravam o caçador.
“No dia 6 de julho ou perto disso, Walter James Palmer foi levado ao Parque Nacional Hwange pelo caçador profissional Theo Bronkhorst. Eles saíram para caçar à noite e encontraram Cecil. Amarraram um animal morto ao veículo para atrair Cecil para fora do parque”, diz a mensagem publicada hoje na rede social da ZCTF.
O leão foi atingido por uma flecha, mas ela não o matou, segundo a ONG. Os caçadores depois teriam saído à procura do animal até que o encontraram e o mataram com um tiro.
Cecil também ficou também famoso no exterior por utilizar um colar com GPS – instalado por pesquisadores da Universidade de Oxford, para mapear e estudar os movimentos da população de leões da região.
É justamente por conta do colar que é possível saber que, de fato, Cecil foi atraído para fora do parque e da zona de protação- onde, teoricamente, seria “legal” matá-lo.
Segundo a associação do Zimbábue que gerencia parques nacionais e vida selvagem, Theo Bronkhorst perdeu sua licença de caçador profissional e enfrentará acusações na Justiça. A instituição afirmou em comunicado que o dono da área onde o leão foi morto foi conivente.
A morte de Cecil não é triste por si só – o caso pode levar todos seus descendentes à morte. “A morte de Cecil não é somente uma tragédia, porque ele era um símbolo do Zimbábue. Mas porque agora provavelmente todos os seus seis filhotes serão mortos. Isso porque o macho que irá substituí-lo, vai matá-los para se acasalar com as três fêmeas de Cecil”, afirmou o Johnny Rodrigues, presidente da ZCTF.