Histórico

Empresários temem alto custo da reforma imigratória no Colorado

Proposta de reforma pode também instaurar um clima de terror no estado com as pessoas podendo abrir processo ou denunciar os suspeitos de serem ilegais

O custo que as empresas do Colorado enfrentarão se for aprovada uma reforma à constitição estadual para negar serviços públicos a indocumentados será maior do que a economia fiscal gerada, segundo Gil Cisneros, presidente da Câmara das Américas.

“Em vez de poupar milhões de dólares dos contribuintes e do empresariado, como propõe os autores da emenda, esta reforma constitucional causará gastos adicionais enormes porque as empresas privadas e as agências governamentais tenão agora de verificar a situação imigratória de cada pessoa”, disse Cisneros. “Pior ainda, as empresas perderão produtividade porque os empregados terão que, pelo menos parcialmente, deixar suas tarefas para funcionar como agentes federais para fazer cumprir as leis de imigrção”, acrescentou.

Cisneros convocou recentemente um grupo de especialistas locais e nacionais que participaram do fórum “Impacto da Reforma Imigratória nas Empresas do Colorado”. Um dos participantes, Wade Buchanan, presidente da Bell Policy Center de Denver, revelou que o Colorado gasta anulamente entre 500 e 750 milhões de dólares com educação e serviços públicos para indocumentados e não um bilhão como afirmaram membros do Defend Colorado Now, o grupo que impulsiona a reforma constitucional.

Mas, segundo Buchanan, as empresas do Colorado, para atender às medidas propostas, terão de gastar um valor de três a cinco vezes maior do que os custos dos serviços para indocumentados.

Além do mais, como a proposta de reforma constitucional estipula que qualquer cidadão tem direito a iniciar ações legais contra outra pessoa, empresa ou organização que ofereça serviços a indocumentados, as empresas terão novos e altos custos legais. “Esta proposta, agora conhecida como Iniciativa 55, deverá chamar-se ‘Lei de Emprego Contínuo de Advogados'”, ironizou Buchanan.

Já Cisneros destacou que “também haverá conseqüências para a sociedade em geral, pois poderá criar-se um clima de temor e suspeitas”.
“Esta emenda vai contra nosso direito à privacidade porque requererá que cada um de nós, cidadãos ou residentes legais, mostre seu passaporte ou certidão de nascimento cada vez que quiser fazer alguma transação comercial ou pessoal”, observou Cisneros.

Segundo ele, pode-se até mesmo chegar ao absurdo “de ter que mostrar ser um cidadão americano para poder entrar em um parque estadual”. “Sem dúvida, esta não é a solução para o problema da imigração ilegal no Colorado”, lamentou.

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