Antonio Tozzi Esportes

Futebol brasileiro começa temporada 2019

Esse final de semana começam os campeonatos estaduais de 2019, aperitivo para o Brasileirão que começa no final de abril.

Aliás, o calendário divulgado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mostra mais uma vez uma enorme quantidade de jogos para as principais equipes do país. Aliás, quanto mais competente o time, mais jogos fará e mais desgaste para o elenco. Por isto, tornou-se comum falar que os favoritos à conquista são aquelas equipes que possuem um elenco mais qualificado, ou seja, consegue ter à disposição dois ou três atletas do mesmo nível para cada posição.

No último Brasileirão, o Palmeiras venceu a competição com o técnico Luiz Felipe Scolari utilizando o sistema de rodízio e, desta forma, possibilitou ao clube chegar forte em três certames: Campeonato Brasileiro, onde foi campeão; Copa Libertadores da América e Copa do Brasil, onde foi eliminado nas semifinais.

Para o torcedor brasileiro se orientar, aqui estão os principais pontos do calendário:

  • Campeonato Brasileiro da Série A: de 28 de abril até 8 de dezembro
  • Campeonato Brasileiro da Série B: de 27 de abril até 30 de novembro
  • Copa do Brasil: início no dia 6 de fevereiro e finais marcadas para 4 e 11 de setembro
  • Primeira rodada da fase de grupos da Libertadores será no dia 6 de março, Quarta-Feira de Cinzas; final está marcada para 23 de novembro
  • Pré-Libertadores tem início em 6 de fevereiro
  • Copa Sul-Americana será realizada de 6 de fevereiro a 9 de novembro

Principais campeonatos estaduais

A cada ano, os campeonatos estaduais perdem importância no cenário do futebol profissional. Eles somente continuam a existir por pressão das federações estaduais e a CBF se curva aos seus desejos por questões políticas. Afinal, são os diretores das federações estaduais que elegem a chapa que comanda a própria CBF.

Em um calendário mais globalizado não haveria mais condição de existir campeonatos estaduais, uma jabuticaba que só há no Brasil por ser um país de dimensões continentais ao contrário do que ocorre na Europa. Particularmente, sou favorável à adequação do calendário brasileiro (e sul americano) ao calendário europeu para evitar desmanches no meio das competições. Entretanto, a realidade é que os estaduais estão aí e precisam se estruturar bem para atrair atenção dos torcedores.

O único campeonato estadual rentável é o Paulista. São 16 clubes divididos em quatro grupos e cada equipe apenas atua contra times das outras chaves. Classificam-se os dois melhores de cada grupo, os vencedores dos jogos vão para as semifinais. E os ganhadores fazem as finais. Nos últimos anos, Santos e Corinthians (atual bicampeão) têm predominado no Paulistão, enquanto Palmeiras não vence desde 2008 e São Paulo está na fila desde 2005.

A ressalva que faço no regulamento do Paulistão é que a vantagem estabelecida na primeira fase deveria ser mais efetiva. Ou seja, em vez de a classificação para a próxima fase ser decidida pelos número de gols nos jogos eliminatórios no mata x mata, deveria prevalecer a melhor campanha.

Cariocão

O Campeonato Carioca tem um franco favorito: Flamengo. O Rubro-Negro carioca investiu forte e formou uma equipe para brigar em todos campeonatos. Os rivais Vasco da Gama, Fluminense e Botafogo também estão tentando se reforçar, mas é inegável que o poderio do Flamengo está ofuscando os demais. Sobre o regulamento, acho muito confuso e afasta os torcedores, que preferem guardar o dinheiro para as fases finais. Preferia a formula antiga, ou seja, havia a disputa da Taça Guanabara com 16 clubes. O campeão já estava automaticamente classificado para as finais. O returno, batizado de Taça Rio, seguia mesmo sistema. Os vencedores iam para a final e faziam os dois jogos para definir o campeão carioca. No caso de uma mesma equipe ganhar os dois turnos, obviamente seria declarada campeã, sem necessidade de finais. O novo regulamento, mais confuso, reúne as quatro melhores campanhas em jogos cruzados e os ganhadores fazem as finais para definir o campeão. Assim, os ganhadores dos dois turnos correm o risco de sequer ir às finais. Bizarro.

Mineirão e Gauchão

O Campeonato Mineiro tem três favoritos: Atlético-MG e Cruzeiro, ambos da Série A, e América-MG, da Série B. Serão 12 clubes, dos quais se classificam oito para a próxima fase. Os dois últimos são rebaixados para a Série B do futebol mineiro, enquanto os dois melhores sobem para a principal divisão do estado em 2020. Na primeira fase, todos se enfrentam e depois são formadas as chaves eliminatórias até sobrarem os dois finalistas, que decidirão o título. O Gauchão, também com 12 clubes, segue a mesma fórmula do Mineirão. Além de Internacional e Grêmio, Caxias do Sul e Brasil de Pelotas surgem com chances de surpreender e repetir o Novo Hamburgo, campeão estadual em 2017.

Demais campeonatos

Evidentemente, não dá para falar dos 26 campeonatos estaduais, até porque alguns infelizmente são quase amadores. Entre os de mais destaque, poucas novidades. Na Bahia, os favoritos são Bahia e Vitória (este por ter sido rebaixado para a Série B deve focar no Estadual); No Paraná, Coritiba e Paraná precisam mais do título do que o Athletico, único clube paranaense na Série A e atual campeão da Copa Sul Americana; Em Goiás, Vila Nova e Goiás (agora na Série A) devem brigar pelo título; em Pernambuco, o título estadual é um agrado aos seus torcedores, pois Sport está na Série B, enquanto Náutico e Santa Cruz penam na Série C. Por fim, o Campeonato Cearense será bem atrativo, pois Ceará e Fortaleza estão na Série A e se enfrentarão muitas vezes este ano.

Golaço na Copinha

O Palmeiras não foi bem na Copa São Paulo de Futebol Junior (torneio que jamais conquistou). Apesar de possuir atualmente uma das melhores categorias de base do país, tendo vencido campeonatos em quase todas categorias – do sub 11 ao sub 20 -, o Alviverde foi castigado por ter cedido sete jogadores para a Seleção Brasileira Sub 20 e, assim, ter de disputar a Copa São Paulo com uma equipe mais enfraquecida. Mesmo assim, só foi eliminada por 2 a 1 pelo Figueirense graças a um erro de arbitragem que anulou um gol legítimo que seria o de empate e levaria a decisão para os pênaltis. Porém, o que justificou aplausos mesmo foi a atitude da diretoria do Palmeiras ao patrocinar o retorno dos jogadores e comissão técnica da equipe do Galvez, do Acre. Os jogadores da humilde acreana atuaram bem e passaram de duas fases da Copinha. No entanto, o sucesso cobrou um alto preço. Como a diretoria do clube imaginava que eles seriam eliminados na primeira fase, compraram passagens antecipadas para retornar no final da primeira fase. Depois, as passagens de ônibus perderam a validade e a diretoria do Palmeiras teve de socorrê-los. Convidou todos integrantes para conhecer o Allianz Parque e pagou passagens aéreas para retornarem a Rio Branco. Também o Vasco da Gama teve de emprestar chuteiras a alguns jogadores do Carajás, do Pará. Isto demonstra o contraste do futebol brasileiro. Enquanto nos grandes centros, poucos jogadores ganham fortunas e sonham com o Exterior, nos centros menos desenvolvidos os jogadores atuam e, no fim do mês, correm o risco de não receber seus parcos salários. Desigualdade social no futebol é um microcosmo da desigualdade social em todo país.

Contratações não param

Os principais clubes brasileiros não param de contratar a fim de reforçar seus elencos. O Palmeiras finalmente concretizou o empréstimo de Ricardo Goulart junto ao Guangzhou Evergrande da China. O atacante já estava se tratando no Departamento de Fisioterapia do clube e foi operado pelos médicos do Verdão. Como é amigo pessoal de Alexandre Mattos, diretor de futebol do clube, e jogou sob a batuta de Felipão na China, onde conquistaram títulos juntos, sua incorporação ao elenco foi um processo natural. O Corinthians, por sua vez, anunciou a chegada do zagueiro Manoel que estava na reserva do Cruzeiro. Sem dúvida, o Alvinegro pretende esquecer o mau segundo semestre do ano passado e trouxe de volta Fábio Carille, além de contratar vários atletas.

Timão tem patrocinador

O Banco BMG é o novo patrocinador master do Corinthians. O acordo foi anunciado na quinta-feira (17), por meio das contas do clube e da empresa nas redes sociais. O patrocínio do BMG ao Corinthians será por duas temporadas. A estreia da camisa com a nova marca será no domingo (20), na estreia do Timão no Paulistão, contra o São Caetano, em Itaquera. O valor do contrato não foi anunciado. No vídeo de apresentação da parceria, o diretor de marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, disse apenas que já recebeu “R$ 30 milhões de adiantamento”. Segundo o jornalista Tiago Maranhão, apresentador do “Troca de Passes”, do SporTV, a empresa pagará R$ 42 milhões anuais ao Timão. Uma entrevista coletiva está marcada para a próxima terça-feira (22), para dar mais detalhes. Durante a apresentação, tanto Rosenberg quanto Márcio Alaor, representante do banco BMG, falaram em “parceria”, não “patrocínio”. “Teremos um contrato de parceria, um contrato em que quanto o Corinthians vai fazer de arrecadação não tem limites. Um bom indicador de quanto o banco confia no sucesso disse é que já estamos recebendo adiantados, à vista, por conta desse resultado fantástico, 30 milhões de reais”, disse Rosenberg.

Domingo quente na NFL

Neste domingo, 20 de janeiro, serão disputados dois jogos importantes: os títulos da American Football Conference (AFC) e da National Football Conference (NFC). A decisão da NFC começa às 3 horas da tarde no Mercedes Benz Superdome em New Orleans. O duelo entre os quarterbacks Drew Brees, do New Orleans Saints – experiente e já ganhador de um Super Bowl – e o jovem Jared Goff promete ser bastante empolgante e será transmitido pela FOX. A decisão da AFC entre o New England Patriots e o Kansas Chiefs City está programada para as 6h40 da tarde na CBS e, neste caso, o super ganhador Tom Brady terá de superar a torcida contrária para levar sua equipe a mais um Super Bowl. Do outro lado, estará a surpresa Patrick Mahomes que tenta levar a equipe de Kansas à conquista do primeiro Super Bowl de sua história.

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