Comunidade

História de filha de brasileiros com condição rara mobiliza corrente do bem

Em entrevista ao AcheiUSA, mãe de Luna, que vive em Pompano Beach, conta como foi a descoberta do nevo melanocítico congênito, fala sobre as próximas batalhas, a ajuda que tem recebido e sobre preconceito

Carol-Fenner-e-Luna_
Carol-Fenner-e-Luna

A gravidez da brasileira Carolina Fenner, de 35 anos, não foi nada fácil. Portadora de diabetes tipo 1 e diagnosticada com um tumor benigno no fígado, os médicos disseram que a possibilidade de ela engravidar seria mínima. Contra todas as previsões médicas, ela engravidou, enfrentou alguns percalços durante a gravidez, ficou de repouso e, depois de 48 horas em trabalho de parto, deu à luz Luna Tavares Fenner no dia 7 de março.

Carol, que é representante de uma marca de roupas de ginástica e biquinis em Pompano Beach (FL), disse em entrevista ao AcheiUSA que os ultrassons e exames durante o pré-natal não mostraram que a menina era portadora de uma condição muito rara, que afeta cerca de 1% dos recém-nascidos, chamada nevo melanocítico congênito. Ninguém na família dos pais tem a condição. Luna passou oito dias no hospital, os médicos fizeram todos os exames e constataram que a mancha que cobre quase todo o rostinho do bebê estava livre de câncer de pele (melanoma).

Na maioria dos casos, a criança portadora dessa condição pode ter uma vida normal, mas no caso de Luna, devido à extensão da mancha, ela pode desenvolver futuramente um câncer de pele.

“Passado o choque inicial, passei para a fase de pesquisar muito sobre o assunto e buscar ajuda, buscar soluções para o problema da minha filha. Pesquisei muito e descobri que existem algumas opções para a remoção do nevo. Eu e o pai dela chegamos à conclusão que vamos fazer a cirurgia porque sabemos que além do sofrimento com preconceito e bullying, existe a possibilidade que ela tenha câncer, então optamos por fazer a cirurgia”, disse Carol.

Ela disse que o bebê, prestes a completar um mês de vida, é muito tranquila e quase não dá trabalho. “Ela mama e dorme. É muito boazinha, não tenho do que reclamar”, relata Carol, que devido não teve muito leite materno e conta com a ajuda de amigas que também estão amamentando para alimentar a pequena.

Cirurgia

Os Estados Unidos contam com os maiores especialistas quando o assunto é remoção do nevo melanocítico. Carol conversou com os alguns médicos, alguns entraram em contato com ela do Brasil e a indicaram um especialista em Chicago, que faz esse tipo de cirurgia. Luna pode começar a passar pelo processo da cirurgia aos seis meses de vida. “Esse médico foi muito atencioso, estudou o caso da minha filha e é com ele que queremos fazer a cirurgia. A mancha pode ser removida entre 80% e 90% na maioria dos casos. Ela vai ter algumas cicatrizes, mas o resultado é satisfatório principalmente quando feito em bebês. Estamos muito esperançosos”.

Corrente do bem

Carol vive em Pompano Beach há sete anos, sempre foi muito ativa, praticava muitos exercícios físicos e hoje abdicou de tudo para cuidar da pequena Luna, que ganhou uma página nas redes sociais e já conta com milhares de seguidores. A página @luna.love.hope no Instagram já tem mais de 7 mil seguidores e tem o objetivo de mostrar o dia-a-dia da pequena, os desafios diários e também motivar outras mães que passam pelo mesmo problema. Diversos amigos e pessoas que Carol nunca viu pintaram o rosto em solidariedade à Luna “Muitas mães têm me procurado para saber mais, para dar apoio, para buscar ajuda e também para ajudar. Tenho recebido inúmeras mensagens todos os dias, de várias partes do Brasil e também dos EUA”.  “Hoje eu abracei a causa e estou ajudando outras mães que querem também que os filhos façam a cirurgia”, completou.

Luna terá que passar por diversos médicos e cirúrgicos para vencer essa batalha e as despesas médicas são muito altas. Os procedimentos custam entre $50 e $100 mil, isso sem contar as outras despesas. Amigos das brasileiras abriram uma página no GoFundMe para quem puder ajudar, basta clicar aqui.

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