Histórico

Menção Honrosa no II Prêmio AcheiUSA de Literatura: Uma terra chamada Brasil

Por: Magno Gonçalves Assis

O prédio da grande cidade
Não é capaz de abafar
A saudade da terra natal
A saudade do nosso lugar.

É difícil colocar em rimas
O que o coração quer dizer
Difícil é mais ainda
Minhas lágrimas conter.

Em qualquer país
Em qualquer continente
Não há nada melhor
Que a casa da gente.

Logo de manhã eu já sinto
A falta do fresco café
Acompanhado com broa de fubá
Me sustentava de pé.

Saudade de ter a casa sempre cheia
Saudade imensa dos parentes
Nada pode substituir
A falta da nossa gente.

Vivo na terra da fartura
Tenho do bom e do melhor
Mas sinto falta de algo
Isso me deixa tão só.

Sinto falta da amizade
Do final de semana com a família
Viver isolado não dá
Nenhum homem é uma ilha.

Devo ao Brasil o que sou
E de lá trago lembranças
Vivo a cada dia sonhando
Na mala so trouxe esperança.

Saudade do futebol com os amigos
Do papo fiado no bar
Das conversas na fogueira
De contemplar o luar.

Saudades tenho também
Do clima temperado e tropical
Das lagoas e florestas
Mata Atlântica e Pantanal.

Brasil de praias e cachoeiras
De fauna e flora incomum
Igual a você não existe
Não há no mundo nenhum.

Brasil de um só povo
E de povos tão diferentes
Vindos da Europa e África
Uma mistura de gente.

Mineiro, baiano, paulista
Do norte, nordeste ou do sul
Todos nós temos saudades,
Pois nosso céu tem outro azul.

Fecho os olhos e vejo
As grandes fazendas de Minas
E as cantigas de folclore
Que embalavam minhas rimas.

De São Paulo trago a saudade
De um povo trabalhador
E do Rio sinto falta
Do nosso Cristo Redentor.

O carnaval da Bahia
O litoral capixaba
Muitas lembranças também do nordeste
Do verão que nunca acaba.

Apertado pelo sul
Bate em mim um coração
Três estados pra lembrar
Da nossa mais fria região.

O centro-oeste das grandes lavouras
É também a terra do gado
Ao norte e suas belezas
Deixo aqui meu obrigado.

De cada parte do Brasil
Tenho algo a sentir
Nosso país é lindo
Do Oiapoque ao Chuí…

Um povo heróico e de brado retumbante
Merecia mais atenção
Sinto muita revolta
Com tanta corrupção.

Sinto sua falta minha terra
Salve, salve, idolatrada
Terra que me criou e acolheu
Ó minha pátria amada.

Sei que em teu formoso céu
O teu futuro ainda espelha essa grandeza
E com nossos braços fortes
Ainda somos gigantes pela própria natureza.

E a esperança na bandeira verde
Amarelo e azul estrelado
Seja verdadeiro o hino
“Paz no futuro e glória no passado”.

Terra adorada
Entre outras mil
Sinto saudades de ti
Sinto sua falta Brasil.

Mais um mineiro entre os premiados com a Menção Honrosa no II Prêmio AcheiUSA de Literatura. Magno Gonçalves Assis, de 26 anos, é de Ipatinga e está na América há pouco mais de dois anos, sempre morando em Massachusetts. Veio porque “bateu aquela vontade de conhecer um novo lugar, novas pessoas e, conseqüentemente, ganhar mais dinheiro”. Aqui nos Estados Unidos já trabalhou em uma companhia de demolição e agora é cozinheiro, mas também gosta de escrever e assina uma coluna semanal no jornal Brazilian Times – ‘Visões de um latino no primeiro mundo’, que também fazem parte de seu blog ‘palavrasealmas.blogspot.com’. “Sempre gostei de ler e escrever. Lia desde a Bíblia até bula de remédio e escrevo poesias, crônicas e observações da vida”, conta Magno, acrescentando que seu maior desafio atualmente tem sido conciliar a paixão por escrever com a loucuras das cozinhas de dois restaurantes, onde passa 80 horas por semana. Com relação à poesia premiada, ele fez um interessante jogo de palavras com alguns trechos do Hino Nacional Brasileiro, o que justifica o pseudônimo usado no concurso: ‘Escultor de Palavras’.

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