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Políticos europeus se reúnem para discutir sobre imigração

O encontro acontece em um momento no qual cresce o atrito entre os países-membros sobre como lidar com a chegada de refugiados aos seus portos

Imigrantes refugiados chegam em massa em vários países europeus
Imigrantes refugiados chegam em massa em vários países europeus (Foto: Nikolay Doychinov/AFP)

Líderes europeus se reúnem em Bruxelas a partir de quinta-feira (28) para uma cúpula de dois dias que terá como principal assunto a imigração ao bloco. O encontro acontece em um momento no qual cresce o atrito entre os países-membros sobre como lidar com a chegada de refugiados aos seus portos. As informações são da Folha de S. Paulo.

A Itália, em especial, tem pedido uma revisão da política migratória europeia. O país recebeu 650 mil migrantes desde 2014 e é um dos principais pontos de entrada para os refugiados que cruzam o mar Mediterrâneo, vindos de países como a Líbia.

O governo populista italiano, liderado pela Liga e pelo Movimento 5 Estrelas, pede que a União Europeia reveja o consenso que hoje permite a devolução de migrantes aos países por onde chegaram —algo que a Itália acredita ser injusto, pois ela constitui uma das principais portas de entrada dos refugiados.

A Espanha, por sua vez, com seu recém-inaugurado governo socialista, tem pedido mais solidariedade ao bloco. O premiê espanhol, Pedro Sánchez, criticou a postura italiana em uma entrevista ao jornal britânico Guardian. “O governo italiano tem de repensar se o unilateralismo é uma resposta efetiva a um desafio global como a migração”, disse. Madri recentemente se ofereceu para receber um navio de refugiados que a Itália recusou.

Já a chanceler alemã, Angela Merkel, ofereceu uma mensagem semelhante a seu Parlamento nacional antes de viajar a Bruxelas, criticando também o unilateralismo. Ela disse que o futuro da Europa depende de sua capacidade de lidar com a atual crise migratória. Caso os líderes europeus fracassem, afirmou a chanceler conservadora, correm o risco de que “ninguém acredite no sistema de valores que nos fez tão fortes”.

A posição da Alemanha é bastante frágil, porém. Merkel governa em uma coalizão, e seu parceiro CSU (União Cristã-Social) tem exigido medidas mais duras, como recusar a entrada de migrantes na fronteira alemã —algo que contraria o princípio de livre circulação no bloco.

Caso a chanceler não volte de Bruxelas com uma solução julgada razoável pela legenda que a apoia, sua coalizão pode ruir —vem daí parte da tensão em torno desta cúpula.

A crise migratória teve o seu ápice em 2015, quando a Alemanha sozinha recebeu quase 1 milhão de pessoas. O fluxo de refugiados, no entanto, tem arrefecido: o número de pedidos de asilo no bloco caiu 44% entre 2016 e 2017, segundo o EASO (Escritório Europeu de Apoio ao Asilo). Em 2017, 728 mil pedidos foram feitos.

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