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Brasil vira base para espiões russos e expõe falhas em sistema de documentos

Apuração do jornal The New York Times mostra que a Rússia envia agentes ao Brasil para obter identidades falsas antes de atuar em missões de espionagem no exterior.

Cidadãos russos forjaram identidade nova no Brasil enquanto se formavam como espiões. Foto: Reprodução TV

Durante anos, o Brasil funcionou como uma base silenciosa para a criação de identidades falsas usadas por espiões russos em missões no Ocidente. Com documentos forjados em cartórios brasileiros, esses agentes se passavam por cidadãos comuns antes de seguir para a Europa ou Estados Unidos, onde tentavam se infiltrar em instituições estratégicas. Agora, investigações da Polícia Federal e da Abin começaram a desmontar esse esquema, revelando que o país entrou, ainda que indiretamente, no jogo da espionagem internacional.

Dois casos acenderam o alerta: o de Sergey Cherkasov, preso depois de tentar atuar no Tribunal Penal Internacional usando uma identidade brasileira falsa; e o de Mikhail Mikushin, preso na Noruega sob acusação de espionagem, também com documentos do Brasil. Ambos são apontados como agentes do GRU, o serviço de inteligência militar da Rússia. Esses episódios revelam uma engrenagem bem montada, com a exploração de brechas em registros civis brasileiros para operações de longo prazo.

A relevância desta apuração vai além do noticiário policial. Primeiro, revela que o Brasil foi, inadvertidamente, peça- chave numa rede de espionagem com interesses geopolíticos. Além disso, escancara vulnerabilidades no sistema de documentação nacional, em um país tradicionalmente fora dos conflitos diretos entre grandes potências, que, por sua vez passou a ser visto como útil e acessível para manobras secretas.

Autoridades brasileiras vêm estreitando laços com serviços de inteligência de outros países e para reforçar os mecanismos de controle de identidade.

Com informações do The New York Times.

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