Rachel foi deportada em 2005 e não consegue voltar aos Estados Unidos para buscar seu filho Joseph
“Em fevereiro de 2005 fui deportada, deixei meu filho de 15 anos nos Estados Unidos e nunca mais o vi. Ele é uma criança especial e vive numa instituição do Governo. Em maio ele vai completar 25 anos. Meu ex-marido arrumou outra, perdi tudo do dia para a noite. Quase fiquei louca nos primeiros três anos, mas tenho fé em Deus que vou entrar nos EUA para buscar o meu filho”, escreveu ao AcheiUSA Rachel Christ num comentário abaixo da matéria intitulada: “Obama ordena revisão das deportações” publicada na edição 496 de 14 de março.
À reportagem do AcheiUSA Rachel Christ conta que vive em sua terra natal, São João da Boa Vista (SP) e já tentou, sem sucesso, o visto para retornar aos Estados Unidos por seis vezes. O drama de Rachel começou em 2004 quando ainda estava em processo para pegar o greencard e precisou ir ao Brasil. Ela deixou o filho, que na época tinha 15 anos, com o pai. “Meu processo estava em andamento e viajei sem a carta com autorização da imigração, confiei no advogado que falou que mandaria a carta para mim. Quando tentei voltar, fui barrada no aeroporto e mandada de volta para o Brasil, desde então, não consegui mais voltar”, conta.
Calvário
Rachel veio para a América em 1988 como turista, casada com um brasileiro da mesma cidade e teve seu filho Joseph Lucas em 1989. Quando estava grávida de cinco meses, os médicos avisaram Rachel que seu filho teria múltiplas deficiências e a aconselharam a fazer um aborto. Ela não aceitou tirar a criança e deu à luz Joseph que nasceu com hidrocefalia – crescimento exagerado do crânio que causa problemas de aprendizagem, raciocínio lógico entre outras dificuldades–. “Os médicos falaram que ele seria cego, não andaria e que não sobreviveria. Ele passou por diversas cirurgias e dificuldades, mas hoje é um jovem saudável com suas limitações”.
Desde 2011, ela está casada e não teve mais filhos. Ela luta, com os poucos recursos que tem, para conseguir voltar aos Estados Unidos e buscar o filho. Já mandou até carta para o cônsul, na esperança que ele se sensibilize com sua história.
“Relatei todo o meu drama numa carta ao cônsul americano no Brasil e não tive resposta. No consulado eles afirmam que não tenho elementos suficientes para provar que não quero morar nos EUA novamente. Eu não quero morar, quero apenas buscar meu filho. Eu tentei várias vezes, fui no consulado chorando,
mas ninguém sensibilizou com a minha situação. Já não aguento mais isso, por favor quero buscar meu filho, quero ele perto de mim”, desabafa.