Histórico

Começam as audiências solicitadas pelo líder da Câmara de Deputados

Dennis Hastert está usando tática para atrasar a votação da reforma imigratória no Congresso, mas hispânicos preparam estratégia para neutralizar ações do líder republicano.

Duas semanas depois de que o líder do Congresso, Dennis Hastert (republicano de Illinois) deixou em suspenso a convocatória do Comitê de Conferência e segurou a redação da versão final da reforma imigratória, ativistas confirmaram a data da primeira audiência pública sobre o projeto que afeta o futuro de 12 milhões de indocumentados nos Estados Unidos.

“A audiência será realizada nas instalações da Patrulha Fronteiriça (Border Patrol) localizadas em Imperial Beach, Califórnia”, dise Angelina Corona, diretora da Hermandad Mexicana de Los Angeles. “Teremos uma série de reuniões antes deste encontro”, acrescentou. “As conclusões e resultados destas reuniões serão levadas à audiência prevista para esta quarta-feira(05). Continuaremos lutando para que seja aprovada a reforma ampla”, destacou a ativista.

As audiências públicas foram solicitadas por Hastert como condição prévia para a harmonização das duas versões da reforma imigratoria aprovadas pelo Congresso, uma em 16 dezembro (pela Câmara de Deputados) e outra em 25 de maio (pelo Senado).

Hastert argumentou que o país encontra-se em guerra e que a reforma imigratória discutida no Senado deve ser compatível com as políticas de segurança estabelecidas por Washington após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

Segundo o parlamentar, a proposta de legalização contida na versão do Senado deve ser revisada e é favorável à versão da reforma da Câmara Baixa, iniciativa que não inclui nenhuma classe de benefício para os indocumentados nos Estados Unidos.

Dirigentes hispânicos disseram que as audiências nacionais convocadas por Hastert para revisar as propostas de reforma imigratória não passam de uma tática que visa retardar o avanço de uma reforma ampla do sistema de imigração americana.

Para os democratas da Câmara de Deputados as audiências legislativas sugeridas por Hastert não representam outra coisa a não ser “um fracasso” dos republicanos para definir um projeto de reforma imigratória. “É uma admissão do fracasso para produzir um acordo amplo sobre imigração. Estão totalmente envergonhados por não poder chegar a um entendimento, nem sequer com o presidente”, acrescentou Nancy Pelosi, líder da minoria na Câmara Baixa. ”

A postura do governo – O presidente George W. Bush pediu um projeto de reforma imigratória que trate com decência os indocumentados e estabeleça um programa de trabalho temporário em tarefas que os americanos não querem fazer.

Já, influentes senadores democratas e republicanos defenderam a reforma imigratória que inclua um programa de legalização e refutaram a estratégia de Hastert e o freio à convocatória do Comitê de Conferência. “As audiências intermináveis ao longo do país são equivocadas e não estão servindo aos interesses do país”, disse o democrata Ken Salazar (Colorado).

“Queremos negociar. Queremos sentar e discutir isto”, comentou o senador John McCain (republicano de Arizona), reclamando luz verde para a designação da comissão legislativa que deve conciliar os projetos. McCain, junto com o senador Edward Kennedy (democrata de Massachussets), encabeçou um projeto de reforma ampla em maio de 2005, iniciativa que serviu de base para o projeto de reforma aprovado no Senado em maio.

As audiências serão realizadas entre julho e setembro. Vários líderes do Congresso temem que em 2006 não haverá uma reforma e que provavelmente o tema volte a ser tratado em 2007.

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