Histórico

FBI cadastra vítimas da Telexfree em website

Cadastro seria uma maneira de encontrar as pessoas em caso de ressarcimento

DA REDAÇÃO COM IG e BOSTON GLOBE – Finalmente, uma luz no fim do túnel para os brasileiros vítimas da Telexfree. Depois do escândalo que tomou conta da empresa, o Federal Bureau of Investigations (FBI, a polícia federal americana) começou na quinta-feira (22) a cadastrar as possíveis vítimas do esquema. Essa seria uma maneira de encontrar as pessoas que foram lesadas pela pirâmide financeira organizada de que a empresa foi acusada, na maioria brasileiros, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

O FBI lançou uma página no seu website na quinta-feira (22) (https://forms.fbi.gov/telexfree-inc-customer-questionnaire) a fim de cadastrar possíveis vítimas da Telexfree. Os residentes no Brasil, onde o negócio chegou a atrair 1 milhão de pessoas, também podem preencher o formulário, disponível em português.

Quem se cadastrar será atualizado a respeito do andamento das investigações sobre a Telexfree e poderá ser beneficiado por um eventual ressarcimento que Justiça Federal americana obrigue a empresa a fazer, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Cerca de 1,4 mil pessoas já entraram em contato com o órgão desde 9 de maio, quando um dos donos da Telexfree foi preso.

No dia 14 de maio, brasileira Katia Wanzeler, mulher de Carlos Wanzeler, de 45 anos, sócio-proprietário da Telexfree, foi presa quando tentava embarcar no aeroporto internacional JFK, em New York, com passagem só de ida para o Brasil. O marido dela está foragido desde abril, e suspeita-se que esteja no Brasil. Ela tentou um acordo com a Justiça americana para responder o processo em liberdade, mas o pedido foi recusado. Kátia é considerada uma testemunha material no golpe que pode ter movimentado $1 bilhão.

FBI
Na ficha, os divulgadores, como são chamadas as pessoas que investiram na Telexfree, deverão informar quanto receberam da Telexfree e de que forma – se por transferência eletrônica ou cartão de crédito, por exemplo – e quantos pacotes de telefonia VoIP comprou e ou vendeu.

As pessoas que já se registraram no cadastramento, aberto em abril pela Secretaria de Estado de Massachusetts – onde fica a sede da empresa – também devem preencher a ficha do FBI, segundo o Departamento de Estado americano.
No Brasil, TelexFree começou a ser investigada em janeiro de 2013. A investigação resultou na descoberta de “evidências de crime” cometidos pela companhia. Meses depois, uma juíza do estado do Acre conseguiu impedir a operação no país, congelando cerca de $350 milhões de reais da companhia. Nos Estados Unidos, a empresa Telexfree entrou com um pedido de falência em Las Vegas, no dia 14 de 16 de abril.

O Ministério Público do Acre (MP-AC) tenta obrigar o braço da Telexfree no País a ressarcir os divulgadores. O processo ainda não foi julgado pela 2ª Vara Cível de Rio Branco. A empresa foi multada por atrasar o andamento da ação.

Apresentada como um negócio de venda de pacotes VoIP por meio de marketing multinível, a Telexfree foi acusada de ser uma pirâmide financeira que arrecadou $1,2 bilhão (cerca de R$ 2,7 bilhões) em todo o mundo, segundo a Securities and Exchange Comission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários americana).

Segundo a SEC, apenas 1% do faturamento da Telexfree veio da venda de VoIP. O restante era decorrente dos investimentos feitos pelos divulgadores para entrarem no negócio.

A Telexfree foi fundada nos EUA em 2002 por James Matthew Merrill, americano, e Carlos Nataniel Wanzeler, brasileiro. Merrill foi preso em 9 de maio.

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