Depois de 43 anos, Atlético Mineiro vence um título de expressão nacional – e derrotando seu maior rival na final
DA REDAÇÃO COM UOL
Levir Culpi deu uma cara ofensiva à equipe
alvinegra de Belo Horizonte
DA REDAÇÃO COM UOL
Levir Culpi deu uma cara ofensiva à equipe
alvinegra de Belo Horizonte
Após duas viradas históricas sobre Corinthians e Flamengo, o Atlético-MG jogou a finalíssima da Copa do Brasil com vantagem sobre o Cruzeiro, por ter vencido o jogo de ida, no Independência, por 2 a 0, e soube usar o antídoto ao veneno que utilizou contra paulistas e cariocas. O alvinegro mineiro, mesmo enfrentando uma torcida quase inteiramente adversária, manteve o controle emocional, movimentou-se bastante e venceu o seu principal rival, por 1 a 0, com gol de Diego Tardelli, aos 47 min da etapa inicial.
Foi o clássico mais importante da história entre Cruzeiro e Atlético, porque depois de 22 decisões, pela primeira vez, fizeram uma final de competição nacional, em que não faltaram os ingredientes necessários a um grande jogo: muita garra em campo, tensão, estranhamento entre jogadores e o talento individual de atletas importantes fazendo a diferença. Ao final, a festa foi dos 1.813 torcedores atleticanos, que, em alguns momentos calaram os mais de 40 mil cruzeirenses e fizeram alguns deles saírem mais cedo do Mineirão.
O triunfo atleticano ‘abafou’ a festa celeste pelo título brasileiro, conquistado três dias antes, na vitória sobre o Goiás, por 2 a 1, no mesmo Mineirão. Além disso, confirmou a superioridade do Atlético, nesta temporada sobre o Cruzeiro, com quatro vitórias diante do arquirrival e três empates. O alvinegro mineiro foi superior também na vontade e disposição sobre o Cruzeiro, que parecia abatido em campo. No final, Leandro Donizete foi expulso, desentendeu-se com Dagoberto e houve um empurra-empurra com os jogadores dos dois times.
Depois de dominar a maior parte do primeiro tempo, quando desperdiçou ótimas chances para abrir o placar, o Atlético-MG marcou o seu gol, aos 47 min. Dátolo cruzou da esquerda e Diego Tardelli apareceu livre para fazer o gol, que ampliava a vantagem atleticana. “Muito feliz pelo gol, mas principalmente pela atuação do time que se doou bastante. Mas temos de manter os pés no chão”, afirmou o camisa 9 alvinegro, no intervalo.
Mesmo jogando como ‘visitante’, o Atlético-MG tomou a iniciativa em toda a etapa inicial, buscando o ataque com maior apetite do que o rival. O resultado disso foram oportunidades desperdiçadas por Tardelli (duas vezes) e Dátolo. O Cruzeiro teve apenas uma boa chance, no primeiro tempo, logo aos 15 min, quando Ricardo Goulart ficou livre, após chutão de Fábio, mas errou o alvo. O time atleticano ainda perdeu Luan, aos 32 min, com entorse no joelho esquerdo.
Já Henrique deixou o gramado, carregado, para o intervalo e não voltou para a etapa final, sendo substituído por Willian Farias. O zagueiro Leonardo Silva, que havia sentido problema no final do tempo anterior, retornou para a partida. Aos 6 min, o Atlético-MG teve boa chance para aumentar, em descida de Douglas Santos, que cruzou e Maicosuel, livre, cabeceou para fora. O Cruzeiro só teve boa chance, aos 18 min, quando Goulart chutou mal. O time não mostrava muito ânimo. E o Atlético quase ampliou, aos 30 min, quando Dátolo acertou a trave.
O melhor: Diego Tardelli – Apesar de ter errado muitos passes e desperdiçado duas grandes chances, Diego Tardelli foi o herói atleticano ao fazer o gol da vitória e da confirmação do título.
O pior: Ricardo Goulart – Um dos heróis do título antecipado do Brasileirão, Ricardo Goulart teve atuação apagada e ainda deu condições de jogo a Diego Tardelli no lance do gol atleticano.
A chave do jogo: Jogo ofensivo atleticano – Mesmo com a vantagem conquistada na primeira partida da final, o Atlético-MG entrou em campo com uma filosofia ofensiva de jogo na etapa inicial, visando marcar um gol, que poderia tornar mais fácil o seu caminho rumo ao título. E a equipe atleticana marcou forte e se movimentou bem no ataque. Conseguiu um gol no final do primeiro tempo, que afastou a possibilidade de decisão por pênaltis e o tranquilizou para a etapa final.
Toque dos técnicos: Levir Culpi manteve a mesma postura ofensiva do Atlético, escalando Rafael Carioca, um jogador que sabe sair para o jogo, como segundo volante. Dessa forma, o time atleticano não entrou em campo para segurar vantagem. Já Marcelo Oliveira, não conseguiu dar força ofensiva à sua equipe e quando perdeu o volante Henrique, por contusão, não ousou e optou pela substituição óbvia com a entrada de outro jogador da posição. Só na última alteração, após os 30 min, que ele tirou Ceará para a entrada de Júlio Baptista, deslocando Willian Farias para a lateral.
Cruzeiro de branco e Atlético com uniforme tradicional. O Cruzeiro deixou de lado seu uniforme principal, a camisa azul, para jogar com o uniforme todo branco, o mesmo usado na goleada por 6 a 1 sobre o rival, em 2011, que o livrou do rebaixamento. Já o Atlético-MG entrou em campo com o seu uniforme tradicional, camisa preta e branca, além de calções negros.
Mineirão não lotou. A exemplo do que aconteceu no Independência, há 15 dias, quando o Atlético foi mandante, o jogo desta quarta-feira, que teve ingressos a preços salgados, não lotou o Mineirão. Durante os dias que antecederam o grande clássico, houve muita polêmica entre as duas diretorias sobre número de ingressos para os atleticanos e também os valores cobrados.
Torcedor celeste deu trabalho à PM. Aos 38 min do primeiro tempo, um torcedor cruzeirense se envolveu em confusão com policiais militares e foi preso. Outros celestes tentaram impedir a prisão, que acabou efetiva, depois da mobilização de vários soldados.