A Flórida se consolidou nas últimas décadas como um dos principais polos imobiliários do país. Grande parte do aquecimento do setor é resultado direto da forte presença de imigrantes — especialmente brasileiros, venezuelanos e canadenses — que têm investido na aquisição de imóveis na região. No entanto, esse cenário começa a mudar com a desaceleração da imigração e o aumento do custo de vida.
Segundo relatório recente do Florida Realtors, os brasileiros lideram os investimentos estrangeiros no setor imobiliário residencial da Flórida, com um valor médio de $ 489.519 por imóvel, totalizando mais de $ 1,4 bilhão em compras. As regiões mais populares entre os brasileiros incluem Miami-Fort Lauderdale-West Palm Beach (41%) e Orlando-Kissimmee-Sanford (36%), além de outras áreas, como Jacksonville.
Os venezuelanos também têm papel relevante. Muitos se estabeleceram no sul da Flórida por meio do Status de Proteção Temporária (TPS) e passaram a investir no setor imobiliário, especialmente em cidades como Miami. Os canadenses, por sua vez, representam 13% do total de estrangeiros que investem em imóveis no país — sendo a Flórida o destino de 41% desses compradores.
Apesar do histórico de crescimento, a queda na imigração, provocada por políticas migratórias mais rígidas, tem afetado diretamente a demanda por imóveis. Em cidades como Miami, Fort Lauderdale e Pompano Beach, os preços das casas à venda recuaram até 12% nos últimos 12 meses, de acordo com o portal Realtor.com.
Outro fator que tem impactado as vendas é o alto custo dos seguros residenciais, que chegaram a aumentar até 400% em algumas regiões. Atualmente, os moradores da Flórida estão entre os que mais pagam por seguros nos Estados Unidos. As altas taxas de juros e o encarecimento do financiamento imobiliário também têm inibido novos compradores e levado muitos residentes a reconsiderar planos de compra ou permanência no estado.