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Recorde de cobras: caçadores matam milésima piton em Everglades

Apesar da caça intensa, as cobras estão dizimando a fauna nativa

Estudo da FWCC analisa a quantidade de mércurio encontrada na carne dessas cobras (foto: Todd Pierson/flickr)
Estudo da FWCC analisa a quantidade de mércurio encontrada na carne dessas cobras (foto: Todd Pierson/flickr)

Quando Brian Hargrove matou na terça-feira (22) a piton de quase 4 metros e 16 quilos com um tiro na cabeça ele, sem saber, atingiu a marca histórica de mil cobras deste tipo mortas no santuário ecológico do Sul da Flórida, mais exatamente na estação de Homestead.

Ninguém sabe ao certo quantas pitons burmesas invadiram Everglades e áreas próximasa, mas estima-se que o número varia entre 10.000 e 100.000, segundo Randy Smith , porta-voz do Departamento de Gerenciamento de Água.

E todas estas cobras estão atacando a fauna nativa da região. “Se você for ao Everglades agora, é duro encontrar um único esquilo, raccoon, opossum”, disse Mike Kirkland, que supervisiona o programa de pitons do órgão.

O órgão selecionou 25 caçadores para caputurar pitons em uma área que abrange os condados de Miami-Dade, Broward, Palm Beach e Collier. Eles recebem $8.25 por hora, e trabalham oito horas diárias, para caçar no Everglades e matar de maneira humana cada piton que eles pegam

Hargrove, o caçador que matou a piton nº 1.000, diz estar tentando fazer sua parte para proteger Everglades. “Adoro cobras”, ele afirma. “É um sentimento confuso ter de matá-las. Mas tem de ser feito. Algo tem de ser feito.”

Hargrove costumava ver 40 coelhos nesta época no Everglades. Agora, vê-se no máximo um. “São as pitons”, ele garante. “O que mais pode ser? Em um ano, vi 115 pitons. Um coelho.” Até agora, Hargrove matou 114 pitons.

Dusty Crum, um cultivador de orquídeas de Venice, disse ter perdido a conta de quantas já matou. “Estamos lá tentando capturar cobras”, disse. “Trabalhar duro tem sua recompensa.”

Crum matou duas pitons na terça-feira (22). A maior tinha quase cinco metros e pesava cerca de 40 quilos. E o melhor foi ter constatado que era uma fêmea.

As pitons se reproduzem e multiplicam-se rapidamente e não têm um predador natural. As fêmeas reproduzem uma vez por ano e botam entre 30 e 70 ovos por vez. “Esses animais são sobreviventes”, comentou Kirkland. “Eles podem ficar um ano sem comer ou comer toda semana. Quanto mais comem, maiores ficam.”

Elas capturam com facilidade coelhos, lontras, raccoons, e até mesmo panteras e jacarés. “Vimos várias fotografias de uma piton com o jacaré na boca”, disse Smith. “E a piton ganhou.”

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