Estados Unidos

Terrorismo e Estado Islâmico marcam debate de Republicanos na noite de terça-feira

Trump reforça que EUA devem impedir entrada de muçulmanos

DA REDAÇÃO, COM G1 – Os pré-candidatos do Partido Republicano à eleição presidencial de 2016 colocaram a guerra contra o “radicalismo islâmico” e a declaração antimuçulmana de Donald Trump no centro do quinto debate antes das primárias, realizado na terça-feira (15), em Las Vegas.

“O país está fora de controle”, declarou o magnata Donald Trump, que lidera as pesquisas depois de ter afirmado que deseja fechar temporariamente as fronteiras dos Estados Unidos aos muçulmanos.

Trump não teve destaque esperado no evento de Las Vegas, como aconteceu nos debates anteriores. Mas isso não impediu que conseguisse manter a vantagem sobre os rivais.

O populismo anti-imigração e antimuçulmano do magnata parece tocar um ponto sensível entre os conservadores. De acordo com uma pesquisa Washington Post/ABC, 59% dos eleitores republicanos elogiam a ideia de fechar a fronteira aos muçulmanos.

“Tocou em um ponto sensível”, afirmou, em tom de aprovação, o ex-governador Mike Huckabee mais cedo, durante o debate prévio com os quatro pré-candidatos republicanos em pior situação nas pesquisas.

Mas o ex-governador de Nova York George Pataki rejeitou completamente a ideia: “É antiamericano, inconstitucional e incorreto”.

Debate
A sete semanas do início das primárias, os nove pré-candidatos republicanos em melhor posição nas pesquisas protagonizaram um debate que foi marcado por discussões sobre os atentados de Paris e San Bernardino.

Um a um, os aspirantes republicanos citaram com gravidade as ameaças jihadistas e prometeram maior determinação ante a suposta fragilidade do presidente Barack Obama para defender o país.

A nota discordante sobre o tema foi apresentada pelo senador Rand Paul, representante da ala libertária do Partido Republicano.

“Se proibirmos certas religiões, se censurarmos a internet, os terroristas terão vencido”, disse.

Mas todos foram unânimes em atacar o governo do presidente Barack Obama, a quem acusaram de ceder ao “politicamente correto”, que – afirmaram – teria debilitado as defesas americanas ao, por exemplo, aceitar refugiados sírios.

“Fomos traídos pela liderança de Barack Obama e Hillary Clinton”, disse o governador de Nova Jersey, Chris Christie, em referência à ex-secretária de Estado que lidera a disputa interna do Partido Democrata.

Donald Trump argumentou que bloquearia o acesso à internet em áreas do Iraque e da Síria controladas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

“O EI usa a internet melhor do que nós”, lamentou. “Me falam de liberdade de expressão. Eu não quero que eles usem nossa internet”, completou.

Imigração
O senador Marco Rubio, filho de imigrantes cubanos, falou sobre o tema da imigração ilegal, um ponto importante na disputa republicana.

Rubio disse estar “aberto” a que os imigrantes sem documentos, após dois anos de status temporário, “recebam um green card”, o que abriria a porta para a eventual obtenção da cidadania.

“Nunca apoiei a legalização”, rebateu Cruz.

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