Estados Unidos

Trump chama juízes de comunistas durante discurso de 100 dias de governo

No pronunciamento o republicano reforçou seu compromisso com as políticas anti-imigração e acusou o Judiciário de obstruir aplicação das leis

Durante o evento Trump exibiu imagens de imigrantes sendo desembarcados e conduzidos a uma prisão em El Salvador, e disse que o mundo está vendo uma revolução do bom senso (Reprodução TV)
Durante o evento Trump exibiu imagens de imigrantes sendo desembarcados e conduzidos a uma prisão em El Salvador, e disse que o mundo está vendo uma revolução do bom senso (Reprodução TV)

Para marcar seus primeiros 100 dias de governo, o presidente Donald Trump discursou na terça-feira (29) para milhares de pessoas em um ginásio na cidade de Warren, no estado de Michigan. Durante o evento, Trump reforçou seu compromisso com políticas anti-imigração e atacou o Judiciário, acusando juízes de “comunistas de extrema esquerda” e responsabilizando-os por bloquear suas ordens executivas.

“Não podemos permitir que um punhado de juízes comunistas obstruam a aplicação das nossas leis. Os juízes estão tentando tirar o poder do presidente de manter nosso país seguro”, afirmou.

Em determinado momento, o presidente interrompeu o discurso para exibir um vídeo com imagens de imigrantes sendo desembarcados e conduzidos a uma prisão em El Salvador, onde tiveram cabelos e barbas raspados. Ao comentar as imagens, declarou: “O mundo está vendo uma revolução do bom senso”.

O governo tem enfrentado embates frequentes com o Judiciário. Um dos pontos mais polêmicos é a invocação da Lei de Inimigos Estrangeiros, que concede ao presidente poderes para expulsar “inimigos estrangeiros” sem o devido processo legal, em contextos de guerra ou invasão. Em um dos casos, uma juíza ordenou que o governo trouxesse de volta aos Estados Unidos um imigrante salvadorenho deportado ilegalmente. A administração recusou-se a cumprir a decisão, alegando não ter autoridade para reverter a deportação.

Outras ações judiciais contestam medidas como a tentativa de revogar a cidadania por nascimento para filhos de imigrantes indocumentados e a punição de cidades-santuário. Também são alvo de questionamentos a implementação de remoções aceleradas, o uso da prisão de Guantánamo para imigrantes e o fim de aplicativos que facilitavam agendamentos com autoridades migratórias.

Especialistas alertam que os confrontos entre o Executivo e o Judiciário podem configurar uma crise constitucional. Com maioria conservadora, a Suprema Corte deve ser a instância decisiva para definir os limites da atuação presidencial.

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