Histórico

Vereador provoca a ira de imigrantes na Carolina do Norte

Segundo republicano Bill James, indocumentados são iguais a prostitutas e traficantes de drogas

A grande comunidade hispânica de Mecklenburg, na Carolina do Norte, está revoltada com um vereador (commissioner) local: durante uma reunião das autoridades daquele condado, o republicano Bill James comparou os indocumentados a prostitutas e traficantes de drogas. “O comentário foi pejorativo e exigimos que o vereador se retrate diante da comunidade”, disse a ativista Maudia Meléndez.

A afirmativa do vereador aconteceu num encontro cujo tema central era justamente a necessidade de um sistema de verificação do estado imigratório dos trabalhadores do condado. Ao criticar os indocumentados, James foi repreendido por uma colega democrata, que ressaltou que os imigrantes pagam impostos. “As prostitutas e os traficantes de drogas também, nem por isso vamos deixá-los descumprir as leis”, argumentou o vereador.

Os representantes de entidades pró-imigrantes reagiram com indignação e exigem um pedido de desculpas formal por parte do vereador. “Até porque esta é uma comunidade vulnerável, exatamente porque somos maltratados por este tipo de preconceito”, acrescentou Meléndez. A retratação, porém, parece que não vai acontecer: “Não preciso me desculpar, pois falei a verdade. Quem descumpre a lei precisa pagar por isso e ponto final”, disse James.

A repercussão do fato está intensa. Políticos mexicanos reclamaram do tom usado pelo vereador e alegam que estes comentários só prejudicam a imagem que os imigrantes têm nos Estados Unidos. “Isso é racismo, mas pelo visto deve render votos para ele”, lamentou Jacques Medina, secretário da Comissão que cuida das fronteiras e assuntos migratórios no Congresso mexicano.

Esta não é a primeira vez que Bill James provoca polêmica entre as minorias na região. Há alguns meses, ele chegou a dizer que “os negros são o esgoto da cidade”. Por esta e por outras, vários grupos comunitários estão querendo uma audiência com o vereador para externar que um representante público não pode se expressar de forma tão ofensiva a determinados grupos étnicos.

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