COLABORAÇÃO / No Ângulo do Gol / Leonardo Macedo @noangulodogol
O grande tema futebolístico da semana, independentemente de qualquer resultado que tenhamos em uma semana repleta de jogos decisivos válidos pelas competições continentais na América do Sul, é indubitavelmente a chegada de Carlo Ancelotti para assumir o comando da Seleção Brasileira. Uma novela que se arrastou por cerca de dois anos, enfim teve um final feliz, algo inclusive já verbalizado pelo técnico italiano. Ele deixará o Real Madrid que, por sua vez, será comandado na temporada que vem por Xabi Alonso.
Não se pode negar ou questionar o currículo de um técnico que conquistou cinco vezes a UEFA Champions League, sendo três pelo Real e duas pelo Milan, além de múltiplos campeonatos nacionais, sejam eles na Itália, Espanha, Inglaterra, Alemanha ou França. Apenas lhe faltava ainda experimentar o desafio de treinar uma seleção, o que enfim está com os dias contados. Porém, o que esperar da seleção brasileira de Carlo Ancelotti? Sabe-se que o treinador já contatou Neymar e Casemiro após o acerto, então será que teremos a reintegração de alguns dos velhos medalhões? Quais jogadores perderão espaço com o italiano? Ele acompanhará diversas partidas do Campeonato Brasileiro com a finalidade de apostar em nomes que por lá atuam? Viverá a maior parte do seu tempo no Brasil ou na Europa? E será que ele, mesmo com um período curtíssimo até a Copa de 2026, fará do Brasil hexacampeão?
Tentarei responder algumas dessas perguntas a seguir: Acredito que Carlo deverá permanecer a maior parte do seu tempo em território europeu, uma vez que nossos principais atletas estão por lá. Quanto ao elenco do Brasil, são visíveis e óbvios os defeitos principalmente após o vexame em Buenos Aires: temos poucos laterais e que são questionáveis, o nosso meio de campo está carregado de carências e o sistema defensivo como um todo está mais para uma peneira. Como Ancelotti, apesar do ano defensivamente ruim do Real, é um técnico que costuma montar boas defesas, a primeira meta será acertar essa situação e formar um grupo coeso e consistente, onde se possa perceber que há um padrão e um plano de jogo para cada partida. Conquistar a Copa? Acho muito difícil devido à falta de tempo e pela ausência de peças decisivas da seleção em comparação com Argentina e Espanha, por exemplo. Porém temos agora uma expectativa de dias melhores e algo dentro do aceitável, o que não vimos no Catar e na atual eliminatória.
De resto, teremos que aguardar a primeira convocação, para os duelos ante Equador e Paraguai, pela data FIFA de junho, para começarmos a ter uma noção do que teremos pela frente. Acredito na permanência de alguns nomes do Brasileirão, assim como no retorno de alguns medalhões, como Casemiro. O esquema de jogo deverá se assemelhar ao do Real: 4-3-3, com dois pontas. De resto, todo o sucesso ao Carlo, pois a estrada será longa.
