Já Aécio foi mais bem votado em Miami do que em qualquer outra cidade brasileira
DA REDAÇÃO COM AGÊNCIAS
A eleição deste ano no Brasil foi a mais disputada nos últimos tempos. Com 51,64% (54,5 milhões ) dos votos válidos ante 48,36% (51,041 milhões) do tucano Aécio Neves, Dilma Roussef venceu as eleições e governará o Brasil por mais quatro anos. Numa disputa eleitoral marcada por reviravoltas e polêmicas, em especial nas redes sociais, a presidente disse em seu discurso de vitória falou sobre a polarização do país durante o processo. “Nas democracias maduras, união não significa necessariamente unidade de ideias, nem ação monolítica conjunta. Pressupõe, em primeiro lugar, abertura e disposição para o diálogo”, afirmou. E completou: “Quero ser presidente muito melhor do que fui até agora. Quero ser uma pessoa ainda melhor do que tenho me esforçado para ser”, disse.
Já em Miami, o candidato do PSDB ganharia fácil a faixa presidencial. Na cidade, Aécio Neves ganhou com folga de Dilma Rousseff que teve apenas 8.21% dos votos. Em números absolutos, Aécio teve 7.225 (91.79%) votos e a candidata do PT apenas 646 votos. Em nenhuma cidade brasileira Aécio Neves foi tão bem votado. Sua melhor votação em termos percentuais no Brasil foi em Nova Pádua (RS), com 88,14%.
No Brasil, a presidente Dilma obteve seu melhor desempenho na cidade de Belágua, Norte do país. No município amazonense, ela conseguiu 93,9% dos votos válidos. No primeiro turno, havia conseguido 92,13%.
Em Miami, 8.021 eleitores, de um total de 22.258, compareceram às urnas do Miami Dade College. Desse total, 58 votaram em branco e 92 pessoas anularam seu voto.
No exterior, Aécio Neves foi o presidenciável que mais recebeu votos de brasileiros e participaram do 2º turno das eleições 2014.
Nas 954 seções espalhadas por diversos países, foram computados para o tucano 104.121 votos (77,02%). A candidata Dilma Rousseff (PT), presidente reeleita, recebeu 31.059 votos (22,98%).
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), houve abstenção de 59,79% eleitores (210.979 em números absolutos) e comparecimento de 40,21% dos aptos a votar (141.873).
PSDB
A derrota de Aécio Neves (PSDB) para Dilma Rousseff (PT) não acabou apenas com as esperanças do senador mineiro de repetir os passos de seu avô, Tancredo Neves, eleito presidente em 1985, mas falecido antes da posse. A vitória do PT acabou também com a expectativa do PSDB de voltar ao poder após 12 anos distante do comando do país.
Em seu primeiro discurso após o fim da apuração das urnas, o tucano agradeceu os mais de 51 milhões de votos que recebeu e afirmou que ele e o partido vão continuar na oposição do governo petista. Aécio também chamou seus eleitores para acompanhá-lo. “Faço aqui duas convocações, homenageando dois grandes brasileiros ‘não vamos desistir do Brasil’, nos disse Eduardo Campos e ‘não vamos nos dispersar!’, nos disse Tancrede Neves.
Desde 2002, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) participa do segundo turno das eleições presidenciais. Naquele ano, a sigla tentou, sem sucesso, permanecer no poder – após dois mandatos consecutivos de Fernando Henrique Cardoso (que ganhou as eleições de 1994 e 1998 no primeiro turno). O então candidato José Serra, entretanto, acabou derrotado por Lula.
Na avaliação de fundadores do PSDB, o partido cometeu “vários erros” nos últimos anos, mas vai sobreviver à intempérie política.
“Não temos essa cultura oposicionista ferrenha como a do PT. Somos muito cautelosos. Não agredimos. Não acho que devemos mudar nesse sentido, mas certamente perdemos terreno. Ainda temos de aprender a fazer oposição”, afirma o deputado federal Carlos Mosconi (PSDB-MG), um dos fundadores do partido.
Polêmica
Dois dias após o Brasil decidir nas urnas seu novo presidente, eleitores ressentidos com o resultado da eleição usam as redes sociais para disseminar manifestações de ódio contra os nordestinos — onde Dilma Rousseff (PT) venceu Aécio Neves (PSDB) em todos os estados. Supostamente, a região teria dado a vitória à petista — mas o desempenho de Dilma no Sul e Sudeste foi fundamental para o triunfo.
As mensagens eram das mais variadas, desde singelas como ‘destruíram nosso País’ até desejos mais agressivos, como ‘que o ebola chegue ao Brasil pelo Nordeste’.
Os protestos surgiram logo após o resultado no domingo, quando surgiram mais de 300 páginas para promover discriminação contra os nordestinos. O vereador de São Paulo Coronel Paulo Telhada (PSDB) sugeriu, no Facebook, a independência do Sul e do Sudeste e recomendou que Norte e Nordeste “paguem o preço sozinhos” pela eleição de Dilma. Telhada foi eleito deputado estadual em SP com 254 mil votos.