Histórico

“Operação Lava-Jato não é terceiro turno eleitoral”, afirma ministro da Justiça

Investigação na Petrobrás e em empreiteiras quer esclarecer esquema que movimentou ao menos R$ 10 bilhões

DA REDAÇÃO COM G1 E ESTADÃO

Márcia Foletto

Elemento-chave nas investigações, o ex-diretor de Serviços da
Petrobras, Renato Duque, chega algemado à sede da Polícia
Federal no Rio de Janeiro

O ministro da Justiça do Brasil, José Eduardo Cardozo, disse no sábado (15), sem citar nomes, que a oposição ao governo está tentando usar as novas prisões da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), para construir um “terceiro turno eleitoral”. A investigação, na Petrobrás, quer esclarecer esquema de lavagem e desvio de dinheiro que movimentou ao menos R$ 10 bilhões. Ele convocou entrevista coletiva em São Paulo para comentar os desdobramentos da sétima etapa da operação policial, que prendeu executivos de algumas das maiores empreiteiras do país e o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque.

“Eu repilo veementemente a tentativa de se politizar essa investigação. De tentar carimbar forças políticas ‘A’, ‘B’ ou ‘C’ para que se possa ter prolongamento de palanque eleitoral”, disse Cardozo. O ministro apontou supostas tentativas de se fazer, com base na operação Lava Jato, um “terceiro turno eleitoral”.

“O governo não mudará um milímetro da sua conduta na perspectiva de exigir investigação, de apurar, doa a quem doer, seja quem for. Falo isso para repelir, com veemência, tentativas de se construir, em cima dessa investigação, um terceiro turno eleitoral. Aliás, postura muito ruim, que não contribui para os avanços da investigação”, disse o titular da Justiça.

Cardozo foi questionado sobre se estaria se referindo ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato à Presidência da República derrotado por Dilma Rousseff nas eleições de outubro. “Estou me referindo a toda e qualquer pessoa que, neste momento, tente resolver isso de forma eleitoral”, declarou o ministro.

A sétima fase da Operação Lava Jato, foi deflagrada na manhã da sexta-feira, cumprindo mandados de prisão e busca e apreensão no Paraná, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em Pernambuco e no Distrito Federal. Policiais também foram às sedes de grandes empreiteiras do Brasil, como Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa, com mandatos de busca e apreensão. As empresas envolvidas têm contratos de R$ 59 bilhões com a Petrobras.

‘Vergonha’, diz FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) comentou o assunto em encontro promovido pelo partido em São Paulo para o senador Aécio Neves (MG) agradecer os votos que recebeu no Estado na eleição presidencial. “Como brasileiro, eu tenho vergonha. Tenho vergonha de falar sobre o que está acontecendo no Brasil”, disse. “Não me venham dizer que a quebra do monopólio era para privatizar a Petrobras. Não. Era para evitar que a Petrobras caísse como caiu nas garras dos partidos desonestos e se transformasse no uso do dinheiro do povo para fins político-partidários”, afirmou. Para FHC, o povo vai pagar o preço de todos esses rombos nos cofres públicos, porque isso vai acabar virando imposto e pressionar a inflação.

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