Histórico

Republicanos finalmente discutem estratégias para a reforma imigratória

Lista com propostas para a reforma foi anunciada pela liderança, e é passo importante para a votação na Câmara

Os republicanos estão reunidos em Maryland para falar de estratégias, entre elas a reforma imigratória.

O presidente do Congresso, John Boehner (Ohio), anunciou que neste encontro a portas fechadas será discutida uma “lista de princípios” sobre a reforma e o futuro dos indocumentados.

Boehner comentou sobre a elaboração da lista na semana passada e insistiu que seu partido não debaterá un plano integral como o do Senado e que a Câmara optará por uma reforma imigratória por partes.

O Senado aprovou em 27 de junho o projeto S. 744 que inclui a cidadania para os indocumentados após uma espera de 10 anos como residente provisório e três anos como residente permanente.

Os republicanos insistem em votar planos com ênfase na segurança nacional e não conceder nenhum tipo de benefício imigratório para indocumentados até não garantir o fechamento total para o indocumentado atravessar a fronteira.

Obama fez um chamado sério sobre a reforma imigratória para aprová-la este ano porque ajudará a economia.

Na segunda-feira (27) o diário The New York Times adiantou que a “lista de princípios” anunciada por Boehner seria curta e incluiria a legalização para a maioria dos indocumentados e a cidadania só para alguns dreamers.

Também recomendará aumentar a quota de vistos de residência para estudantes estrangeiros graduados de universidades americanas.
O diário disse que a ala ultraconservadora do Partido Republicano tenta deter ou adiar o debate da reforma diante do temor de uma divisão interna em um ano eleitoral. Os moderados respondem que o tema é chave para recuperar o respaldo latino de olho nas eleições presidenciais de 2016.

Discussão sobre princípios

Durante a conferência de imprensa semanal, Boehner disse que “teremos uma discussão sobre imigração e vamos apresentar nossos padrões, nossos princípios sobre a reforma imigratória e teremos uma conversa com nossos membros”.

“Assim que terminarmos a conversa, teremos uma melhor ideia do que os nossos membros têm em mente”, explicou o presidente do Congresso.

A reunião está ocorrendo depois do presidente Barack Obama fazer seu quinto discurso sobre o Estado da União, um discurso de pouco mais de 60 minutos e no qual dedicou cerca de 60 segundos para falar da reforma imigratória.

“Se falarmos a sério sobre o crescimento econômico, é hora de responder ao chamamento de nossos líderes empresariais, líderes trabalhistas, líderes espirituais e de cumprimento da ordem pública, e consertar nosso sistema de imigração que não funciona”, disse o mandatário.

Obama citou a aprovação em junho do plano S. 744 que contou com apoio bipartidário e disse: “Sei que os membros de ambos partidos na Câmara de Deputados querem fazer o mesmo”.

Depois de mostrar alguns dos benefícios da reforma imigratória para a economia americana, o mandatário indicou que “quando as pessoas vêm aqui para tornar realidade seus sonhos (estudar, inventar e contribuir com a nossa cultura) fazem com que nosso país seja um lugar mais atrativo para as empresas para encontrar e criar trabalhos para todos. Tomara que consigamos este ano aprovar uma reforma imigratória”.

Os republicanos responderam que está na hora de “honrar nossa história de imigração legal”. A deputada Ileana Ros-Lehtinen (Flórida), que fez o discurso de resposta do Partido Republicano, disse que “para fazer isto temos de consertar nosso sistema quebrado de imigração com uma solução permanente, que assegure que nosso país sempre atrairá os melhores, mais brilhantes e mais trabalhadores de todas partes do mundo”.

Espera-se que os republicanos divulguem nesta sexta-feira (31) a “lista de princípios”. Ativistas que defendem os direitos dos imigrantes indicaram que aguardam os conteúdos do documento.

Até agora o Comitê Judiciário da Câmara, presidido pelo deputado republicano Bob Goodlatte, um firme partidário da reforma imigratória por partes, aprovou cinco emendas baseadas na segurança da fronteira.

Para levar um projeto à votação, Boehner tem de atender à Regra Hastert que ele mesmo defende desde junho. A medida exige que para enviar uma proposta ao plenário é preciso contar com o respaldo da maioria da maioria, ou seja 118 dos 234 votos.

Não se sabe ainda se algumas das emendas aprovadas pelo Comitê Judiciário serão enviadas ao plenário. Na terça-feira (28), a líder da minoria na Câmara, Nancy Pelosi (democrata da Califórnia) disse que o partido aceitaria debater a reforma imigratória por partes como querem os republicanos, mas sempre que estiver incluída a cidadania para os indocumentados.

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