O governo federal contratou a empresa Palantir Technologies por $ 30 milhões para desenvolver uma nova plataforma de vigilância imigratória chamada Immigration Lifecycle Operating System. O acordo foi firmado sem licitação pública pelo Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) e prevê o lançamento da ferramenta até o final do ano, mas seu desenvolvimento poderá se estender até 2027.
O ICE justificou a contratação direta com base em uma “necessidade urgente e convincente” de entregar um protótipo funcional até setembro de 2025. A agência alegou ainda que a Palantir possui amplo conhecimento institucional das operações do órgão, acumulado ao longo de anos de parceria, o que a tornaria a única fornecedora capaz de cumprir os requisitos dentro do prazo.
A nova plataforma tem como objetivo aprimorar o rastreamento de pessoas em situação migratória irregular. Entre suas funcionalidades, estarão o monitoramento de autodeportações, a priorização de casos conforme diretrizes federais e a gestão do chamado “ciclo de vida” da imigração, visando acelerar os processos de deportação.
A Palantir é especializada em soluções tecnológicas para segurança, defesa e inteligência, e mantém um histórico de contratos com o governo dos EUA. Além do acordo com o ICE, a empresa firmou recentemente contratos com o Exército americano, no valor de $ 250 milhões, para pesquisas em inteligência artificial, e com o Departamento de Estado, por $ 99 milhões, para a modernização de dados médicos diplomáticos.
Especialistas em governança pública criticaram a contratação sem licitação e expressaram preocupações quanto à dependência governamental de uma única empresa para sistemas críticos de segurança e gestão de dados. Organizações de direitos civis, como a ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis), também alertaram para os riscos de vigilância em massa, possíveis violações de privacidade e falta de transparência no processo de contratação.