Estados Unidos

Número de mortes infantis por gripe é o maior em 15 anos

Queda na vacinação infantil preocupa especialistas e é apontada como uma das causas do aumento no número de óbitos de crianças

Cerca de 64% das crianças recebiam a vacina contra a gripe há cinco anos, mas atualmente esse número caiu para 49% (Foto: Public Domain)
Cerca de 64% das crianças recebiam a vacina contra a gripe há cinco anos, mas atualmente esse número caiu para 49% (Foto: Public Domain)

A gripe causou, até o momento, a morte de 216 crianças nos Estados Unidos — o maior número em 15 anos, segundo relatório divulgado na sexta-feira (3) pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). O total já supera os 207 óbitos infantis registrados na temporada anterior e se aproxima dos números da pandemia de gripe suína (H1N1), ocorrida entre 2009 e 2010. O dado é considerado alarmante, especialmente porque a temporada de gripe ainda não terminou.

“É quase certo que esse número vai subir quando a temporada for oficialmente encerrada”, alertou o pediatra Sean O’Leary, membro da Academia Americana de Pediatria e professor da Universidade do Colorado.

Segundo O’Leary, uma das principais causas do aumento de mortes é a queda na taxa de vacinação infantil. Há cinco anos, cerca de 64% das crianças recebiam a vacina contra a gripe, mas hoje esse número caiu para 49%.

A temporada de gripe também tem afetado severamente a população adulta. O CDC estima que o país já contabiliza ao menos 47 milhões de casos de gripe, 610 mil hospitalizações e 26 mil mortes. Entre os adultos hospitalizados, 95% tinham ao menos uma condição de saúde preexistente. Já entre as crianças hospitalizadas, apenas 53% apresentavam comorbidades, como asma ou obesidade.

A queda nas taxas de vacinação infantil tem sido atribuída a diversos fatores, entre eles a desinformação sobre vacinas, intensificada pela polarização provocada durante a pandemia de COVID-19. Além disso, mudanças no sistema de atendimento — como a escassez de profissionais e a menor disponibilidade de horários alternativos nos consultórios pediátricos — também afetam a cobertura vacinal.

A temporada atual é marcada por uma combinação atípica de cepas do vírus da gripe, com os subtipos A (H1N1 e H3N2) circulando simultaneamente. Ainda assim, dados do CDC divulgados no início do ano indicam que as vacinas vêm apresentando bom desempenho na prevenção de casos graves.

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