A maior base de dados de passagens aéreas do mundo foi vendida para o DHS (Department of Homeland Security). A informação veio à tona após reportagem revelar que a Airlines Reporting Corporation (ARC), entidade que reúne dados de passagens emitidas por companhias aéreas dos EUA e parceiras, firmou acordo para repassar informações ao governo. A ARC é controlada pelas maiores empresas americanas, incluindo American Airlines, Delta, United, Southwest, Alaska, além das internacionais Air Canada e Lufthansa.
De acordo com o próprio site, a ARC — que atua como intermediária entre companhias aéreas, agências de viagem e sistemas de reserva — mantém o arquivo mais completo de passagens aéreas do mundo, com registros de milhões de viagens internacionais e domésticas. Pesquisadores em segurança da informação alertam que a notícia representa um risco para os direitos dos passageiros, já que os dados incluem nomes, itinerários, formas de pagamento e até informações biométricas.
O governo americano não divulga detalhes sobre como pretende usar esses dados, mas fontes ligadas à segurança afirmam que o objetivo é reforçar os sistemas de monitoramento e triagem em aeroportos. Críticos, porém, dizem que o nível de vigilância está crescendo sem transparência ou consentimento claro dos viajantes. “O passageiro comum nem sabe que seu histórico de viagem pode estar sendo rastreado por agências de segurança”, disse um pesquisador da Electronic Frontier Foundation.
Para tentar reduzir riscos, recomenda-se cuidados, como evitar o uso de programas de fidelidade, preferir métodos de pagamento anônimos como dinheiro ou cartões pré-pagos, e limitar o compartilhamento de dados pessoais em reservas. Ainda assim, em um sistema altamente integrado, escapar da coleta de dados é cada vez mais difícil.
