O Brasil deve registrar a saída de cerca de 1.200 milionários ao longo de 2025, segundo uma projeção da consultoria Henley & Partners. Com esse número, o país aparece em sexto lugar no ranking global de perda de indivíduos com alto patrimônio e como líder entre os países da América Latina. A estimativa faz parte de um levantamento sobre migração de riqueza: o estudo prevê que 142 mil milionários mudarão de país neste ano, número que pode subir para 165 mil em 2026.
De acordo com o estudo, esse movimento já é considerado a maior transferência voluntária de capital privado da história recente. Entre os destinos mais procurados estão os Estados Unidos, os Emirados Árabes Unidos e a Itália. No caso dos brasileiros, Flórida, Portugal, Cayman Islands e Costa Rica aparecem com frequência, impulsionados por fatores como segurança, menor carga tributária e melhor qualidade de vida.
A perda de residentes milionários também representa impacto financeiro: estima-se que cerca de R$ 46 bilhões deixem o Brasil em 2025 somente em riqueza privada. O valor contrasta com os planos do governo federal, que tenta atrair capital estrangeiro com o relançamento do programa do “golden visa”. A expectativa oficial é movimentar até R$ 1 bilhão em investimentos imobiliários neste ano.
Reativado em março após anos parado, o “golden visa” brasileiro permite que estrangeiros obtenham autorização de residência ao investir em imóveis no país. Os valores mínimos exigidos variam entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão, dependendo da localização. A estratégia segue modelos similares adotados em países como Portugal e Espanha, que atraíram milhares de investidores internacionais nos últimos anos.