O U.S. Department of State revogou os vistos do ministro Alexandre de Moraes, de outros sete integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e de seus familiares. A medida, anunciada na sexta-feira (18), inclui Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes. Segundo fontes diplomáticas, os EUA expressaram preocupação com o uso do Judiciário brasileiro em disputas de caráter político.
A decisão americana foi comunicada no mesmo dia em que o STF determinou medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com diplomatas. Embora o governo dos EUA não comente casos específicos de vistos, congressistas republicanos classificaram as ações da Corte como “perseguição política” e cobraram uma resposta. Poucas horas depois, o senador Marco Rubio, atual secretário de Estado, anunciou publicamente o cancelamento imediato dos vistos de Moraes, de seus aliados no STF e de seus familiares.
A notícia repercutiu no Itamaraty, que solicitou explicações formais ao Departamento de Estado. Fontes do Ministério das Relações Exteriores afirmam que a medida é vista como interferência externa em assuntos internos do Brasil. Já aliados de Bolsonaro no Congresso comemoraram a decisão e prometeram pressionar por uma CPI sobre a atuação de ministros do STF.
Na imprensa internacional, veículos como The New York Times e El País destacaram a escalada de tensão entre os dois países, num momento em que os EUA também ameaçam produtos brasileiros com tarifas.