Um menino de 12 anos morreu após ser infectado por uma ameba rara e extremamente letal, conhecida como “comedora de cérebro”, após nadar no Lake Murray, na Carolina do Sul. Segundo familiares, Jaysen Carr passou o fim de semana do feriado do Dia da Independência em atividades recreativas no lago, como natação, pesca e passeios de barco. Poucos dias depois, a criança começou a apresentar sintomas como fortes dores de cabeça, vômitos e desorientação. Ele foi internado, mas não resistiu à infecção e faleceu em 18 de julho.
A causa da morte foi confirmada como meningoencefalite amebiana primária causada pela Naegleria fowleri, uma ameba microscópica que vive em águas doces quentes, como lagos, rios e fontes termais. A infecção ocorre quando a água contaminada entra pelo nariz, geralmente durante mergulhos ou atividades subaquáticas, mas também pode ser contraída por irrigação nasal com água não esterilizada. Autoridades de saúde recomendam que ao nadar nesses locais as pessoas evitem mergulhar com a cabeça submersa e utilizem clipes nasais.
A Carolina do Sul não exige a testagem de rios e lagos para a presença da Naegleria fowleri, tampouco obriga a notificação de infecções por esse agente. A história de Carr mobilizou a comunidade local e ganhou repercussão nacional. Amigos e familiares lançaram uma campanha para alertar pais e responsáveis sobre os riscos associados à ameba.
“Nosso filho era cheio de vida, carinhoso, inteligente. Queremos que a morte dele não seja em vão. Que outras famílias saibam do perigo e que as autoridades ajam para evitar novas tragédias”, disse Ebony Carr, mãe do menino.
Apesar de altamente letal, a infecção por Naegleria fowleri é extremamente rara. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), foram registrados 163 casos nos Estados Unidos entre 1962 e 2024, com apenas quatro sobreviventes. A taxa de mortalidade ultrapassa 97%.