O total de pessoas em detenção imigratória nos Estados Unidos ultrapassou 60 mil na segunda-feira (11), um recorde desde que o atual método de contagem começou a ser usado. O número supera a marca anterior de 55.654, registrada em agosto de 2019, durante o primeiro governo Donald Trump. Os dados foram obtidos a partir de registros internos do ICE (Immigration and Customs Enforcement) e mostram que mais de 1.100 pessoas foram presas desde sexta-feira (8), cerca de 380 por dia.
Em janeiro, havia aproximadamente 39 mil pessoas sob custódia. O aumento está ligado à intensificação das prisões e deportações no segundo mandato de Trump. Enquanto no início do ano a maioria dos detidos havia sido presa nas fronteiras pelo CBP (Customs and Border Protection), agora é o ICE, responsável por operações no interior do país, que responde por grande parte das detenções. Desde 2003, quando a agência foi criada, a capacidade de manter imigrantes presos cresceu rapidamente; há 20 anos, a média diária de imigrantes detidos era de aproximadamente 7 mil, segundo a American Immigration Lawyers Association.
O orçamento do ICE mais que triplicou desde sua criação, passando de cerca de $8 bilhões para $28 bilhões. Além disso, bases militares estão sendo usadas para abrigar detidos, incluindo instalações no Colorado, em Guantánamo, e um novo centro em construção no Texas, com capacidade para 5 mil pessoas. Unidades da Guarda Nacional também foram enviadas para atuar em instalações de imigração.
Grupos de defesa dos direitos de imigrantes criticam o crescimento do sistema de detenção. Kathleen Bush-Joseph, do Migration Policy Institute, destacou que o número atual de não cidadãos detidos é quase o dobro do registrado no governo Obama, embora ainda esteja abaixo da meta do governo de alcançar 100 mil vagas de detenção.
Com informações do The New York Times.