Os Estados Unidos cancelaram na quarta-feira (13) os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, ex-integrantes do governo Dilma Rousseff e envolvidos no programa Mais Médicos. Segundo o Departamento de Estado, eles teriam participado de um esquema de trabalho forçado de médicos cubanos, que beneficiou economicamente o regime de Havana e restringiu o acesso da população cubana aos próprios profissionais de saúde.
A medida também atinge familiares dos dois e autoridades de outros países ligados a missões médicas cubanas, como Granada e nações africanas. O secretário de Estado, Marco Rubio, chamou o Mais Médicos de “golpe diplomático inconcebível” e defendeu punição aos responsáveis. Veículos como El País e The Guardian destacaram que a decisão é vista no exterior como parte da escalada de retaliações de Washington contra o governo brasileiro.
No Brasil, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou a decisão como “injustificável” e afirmou que o programa é parte essencial do SUS e “salva vidas”. Já o deputado Eduardo Bolsonaro comemorou a sanção e disse que nomes ligados ao governo atual podem ser alvo no futuro. O episódio soma-se a outras frentes de atrito entre os dois países, que já incluem tarifas elevadas sobre produtos brasileiros e divergências políticas.