Para um público de 68.483 presentes (63.567 pagantes) no Maracanã, o Flamengo superou o Internacional por 1 a 0 com um gol de Bruno Henrique em escanteio cobrado por Luiz Araújo. Com isso, o Rubro-Negro irá para o Beira-Rio com a vantagem do empate, enquanto que o Colorado terá que vencer por uma diferença de dois tentos para avançar às quartas sem a necessidade da disputa por pênaltis. O triunfo dos cariocas faz com que o histórico entre Fla e Inter fique totalmente igualado, agora com 39 vitórias para cada lado em 111 partidas oficiais.
A ideia do Internacional para a noite da última quarta era clara e ilustrada sobretudo pelo primeiro tempo: deixar o Rio de Janeiro vivo para a semana que vem, algo que foi alcançado. O que se viu neste primeiro jogo foi um filme repetido por parte do Flamengo especialmente após a volta do Mundial: um time intenso, agressivo e dominante na etapa inicial, que cria oportunidades e que marca ao menos um gol, mas que não amplia ou mata um encontro devido à tomadas equivocadas de decisões e/ou falhas nas finalizações. E cai abruptamente de rendimento no segundo tempo a ponto do adversário tomar as rédeas da partida mesmo sendo inferior no papel. Esses episódios ocorreram diante de Ceará, Atlético-MG, Mirassol e agora contra o Inter.
Isso fez com que o Colorado, que praticamente não ameaçou antes do intervalo, avançasse as linhas e passasse a trocar passes em pleno campo defensivo do adversário, que se enrolava a todo momento com a bola no pé e cometia erros primários na saída de bola. Porém faltou também ao Inter ser mais contundente na criação de oportunidades. O reflexo da apatia e da desorganização do Flamengo era Filipe Luís, que apesar de ver o seu time perder o controle da partida, levou mais de 20 minutos para cogitar alguma substituição. Quanto Cebolinha (que entrou muito mal) e o estreante Carrascal entraram, o Fla voltou a controlar melhor a posse e afastou o Inter de sua área. Porém o time só criou a sua única chance no final do jogo com Luiz Araújo, que perdeu um gol que não deveria, finalizando em cima de Rochet. Nos acréscimos, Bernabéi ainda quase empatou.
A vantagem do empate é valiosa, porém fica novamente a sensação de que este Flamengo de Filipe Luís não se difere muito ao da era Tite: é burocrático, “monotático” e joga um futebol bem aquém da sua capacidade. A irregularidade do time combinada com o placar mínimo deixam uma pulga atrás da orelha e lembranças negativas como a de dois anos atrás ficam inevitáveis. Como Filipe Luís bem disse: caso esse elenco estrelado e de excelentes nomes não renda, a culpa seria dele. E já passou da hora do treinador encontrar soluções para a queda de rendimento da equipe durante os jogos. O duelo está em aberto, e após o encontro do próximo domingo pelo Brasileirão, o Inter irá para cima no embalo do Beira-Rio lotado.