O Departamento de Estado anunciou no sábado (16) a suspensão de todos os vistos de visitante para cidadãos da Faixa de Gaza, incluindo aqueles solicitados para tratamento médico e humanitário. A decisão ocorre enquanto o governo conduz uma revisão completa dos procedimentos de emissão de vistos. Segundo o secretário Marco Rubio, vários gabinetes do Congresso apresentaram “evidências” de que algumas organizações que facilitam esses vistos “têm fortes ligações com grupos terroristas como o Hamas”.
A ativista de extrema-direita, Laura Loomer, afirmou ter influenciado a decisão após uma campanha nas redes sociais, na qual postou vídeos de crianças feridas chegando aos Estados Unidos para tratamento médico. Ela acusou o processo de emissão de vistos de representar uma ameaça à segurança nacional.
Loomer criticou especificamente a HEAL Palestine, uma organização americana sem fins lucrativos dedicada a fornecer ajuda às famílias palestinas, incluindo o transporte de crianças que sofrem de ferimentos graves, traumas psicológicos e desnutrição para receber cuidados nos EUA. O grupo afirma ter retirado 63 crianças feridas e 148 pessoas no total.
A Organização Mundial da Saúde e a UNICEF alertam para o colapso do sistema de saúde local e a necessidade urgente de assistência médica externa. Autoridades destacam que esses programas de evacuação não envolvem reassentamento permanente, são temporários e custeados por doações privadas.
Em 2025, foram emitidos cerca de 4 mil vistos para passaportes da Autoridade Palestina, permitindo que busquem tratamento médico no país. Esse número também inclui pessoas que vivem fora de Gaza, como na Cisjordânia.