A American Soybean Association (ASA), principal entidade de produtores de soja dos EUA, enviou na terça-feira (19) uma carta ao presidente Donald Trump alertando para uma crise iminente no setor agrícola. A entidade destaca que as tarifas retaliatórias da China tornaram a soja americana até 34% mais cara, deixando a soja brasileira mais competitiva no mercado internacional. Números divulgados pela Administração Geral de Alfândega do país asiático mostram que a importação de soja do Brasil pela China registrou um aumento de 13,9% em julho, em comparação ao mesmo período de 2024. Já as exportações de soja dos EUA para a China caíram 11,5%.
A China, maior importadora mundial de soja, não comprou soja americana para o ciclo 25/26, redirecionando todas as suas aquisições para o Brasil. A mudança preocupa os agricultores americanos, que estão pagando mais por sementes, fertilizantes e outros materiais necessários para a produção, enquanto os preços da soja caem.
O presidente da ASA, Caleb Ragland, afirmou que os produtores estão sob “extremo estresse financeiro” e que “não podem sobreviver a uma disputa comercial prolongada com nosso maior cliente”. Ele pediu a remoção das tarifas chinesas e garantias de futuras compras de soja americana.
Com a proximidade da colheita nos EUA, prevista para o outono, a ASA alerta que sem uma resolução rápida, os produtores podem perder participação de mercado a longo prazo, impactando toda a economia agrícola do país.
Segundo informações da Reuters, no ano passado, a China importou 105 milhões de toneladas de soja, sendo 22,13 milhões dos Estados Unidos.
Atento à crise com os produtores de soja, o presidente Donald Trump postou em sua rede social que a China precisa voltar a comprar soja dos EUA. “Nossos produtores rurais produzem grãos robustos. O comércio entre os dois países é importante para que a China reduza o déficit comercial com os Estados Unidos”, escreveu.
De acordo com o documento, a soja norte-americana atualmente enfrenta uma tarifa 20% maior do que a soja da América do Sul nas compras chinesas. (Com informações do G1 e Reuters)