Entre abril e agosto, o preço da carne mais usada em hambúrgueres e processados nos Estados Unidos, as chamadas “trimmings” de 50% de gordura, saltou de $119 para cerca de $180 por hundredweight (cerca de 45 quilos), uma alta superior a 50%, segundo dados da Agricultural Marketing Service (AMS). Já “blends” de carne moída passaram da faixa de $260 para $371 por lote de 45 quilos, enquanto cortes considerados nobres, como o Choice, atingiram $404 e o Select, de qualidade média, chegou a $377.
O movimento preocupa consumidores e redes de fast-food, que dependem justamente das carnes mais simples para manter os preços de hambúrgueres e sanduíches. Analistas avaliam que a pressão deve ser repassada ao bolso do cliente nos próximos meses.
No comércio exterior, os Estados Unidos historicamente ocupavam a segunda posição entre os maiores importadores de carne bovina brasileira, atrás apenas da China. Mas em agosto, o México ultrapassou os EUA no ranking, um salto significativo para um país que até o ano passado não aparecia nem entre os dez principais compradores.
O avanço do México reflete a busca por fornecedores mais diversificados diante do encarecimento da carne no mercado americano. Para o Brasil, a mudança significa uma nova frente de demanda, mas também evidencia que a fatia americana pode perder peso se os preços internos seguirem em alta.