Na Califórnia, jovens adultos estão deixando empregos de escritório e migrando para trabalhos técnicos, como encanamento, soldagem e HVAC (aquecimento, ventilação e ar-condicionado), atraídos por remuneração competitiva e maior segurança contra a automação. Na Bay Area, o programa de aprendizado do UA Local 342 combina cinco anos de treinamento remunerado com carga intensiva em sala e prática em canteiro; depois da conclusão, os formados podem chegar a ganhar até $145 mil por ano, dependendo das horas trabalhadas e de taxas locais, com pacote de benefícios que inclui plano de saúde, aposentadoria e apoio à colocação profissional.
O movimento, porém, não se limita à Califórnia. Em Chicago, o UA Local 597 publica acordos coletivos que mostram um “pacote” com salário + benefícios próximo de $97 por hora para profissionais de base como encanadores, colocando a remuneração anual bruta de muitos da categoria acima de $100 mil. Em Nova York, o Plumbers Local 1 divulga tabelas com salário base acima de $70 por hora. Entre os metalúrgicos, o sindicato SMART destaca que trabalhadores em nível de “journey” frequentemente superam $100 mil por ano, com benefícios negociados coletivamente. E no segmento de máquinas pesadas e terraplenagem, o Operating Engineers (IUOE) Local 12 mantém uma rede de centros de treinamento na Califórnia e vizinhança, com trilhas de aprendizado estruturadas que levam a postos bem pagos em obras públicas e privadas.
O apelo vai além do dinheiro. Com a rápida evolução da IA pressionando funções de início de carreira em escritórios, muitos jovens buscam ocupações essenciais e menos expostas à automação, onde a demanda continua a existir sólida. Reportagem recente mostra que programas como o do UA Local 342 estão recebendo mais interessados, inclusive recém-formados do ensino médio, exatamente por oferecer “earn while you learn” (ganhar enquanto aprende), menor endividamento e perspectiva de longo prazo.
No Chabot College, instituição pública do East Bay que abastece programas de aprendizado na região, alunos e orientadores relatam um aumento na procura por esses trabalhos citando a prática, salários e estabilidade como fatores decisivos — retrato do que se observa em outros campi comunitários e centros de treinamento sindical pelo país.
