A morte do influenciador conservador Charlie Kirk reacendeu o debate sobre violência política nos Estados Unidos. Horas após o crime, ainda sem suspeitos identificados, o presidente Donald Trump afirmou que pretende endurecer contra a “extrema esquerda”, que ele responsabilizou tanto pela morte quanto por outros episódios recentes. “A maior parte da violência está à esquerda”, disse o presidente em pronunciamento.
Pesquisas indicam, no entanto, um quadro mais complexo. Dados do Cato Institute, um centro de estudos de orientação libertária, apontam que nos últimos cinco anos 81 pessoas morreram em atos de violência política no país. Desse total, 54% foram atribuídas a extremistas de direita, 22% a militantes de esquerda e 21% a islamistas. Ao analisar um período mais longo, de 1975 até hoje — excluindo os atentados de 11 de setembro —, terroristas motivados por ideologias de direita foram responsáveis por 63% das mortes, contra 10% ligadas a extremistas de esquerda.
A repercussão do assassinato de Kirk também acendeu alertas sobre segurança no Congresso. Segundo reportagens recentes, parlamentares de ambos os partidos têm revisado protocolos de proteção e considerado reforços, como aumento de orçamento para segurança e monitoramento de ameaças. Deputados relatam mudanças nos hábitos diários e cancelamento de eventos públicos diante do clima de medo.
Apesar da atenção midiática, especialistas lembram que a violência política com mortes continua sendo um fenômeno pouco comum nos Estados Unidos quando comparado ao total de homicídios no país.
Entre imigrantes, o clima de polarização gera preocupação. Lideranças comunitárias afirmam que a retórica mais dura pode ampliar o medo em bairros de forte presença latina e brasileira, que já convivem com apreensão em relação a temas como imigração e segurança.
Com informações da Time e NPR.