Estados Unidos

Trump pressiona republicanos a acabar com o “filibuster”

Críticos ressaltam que a medida aumentaria a polarização, limitaria a negociação bipartidária e fragilizaria o equilíbrio de poderes

O shutdown já ultrapassa 30 dias, tornando-se o mais longo da história dos Estados Unidos. O fechamento parcial, iniciado em 1º de outubro de 2025, tem gerado impactos econômicos estimados entre $ 7 e 14 bilhões apenas no último trimestre (Foto: Gage Skidmore/ Flickr)
O shutdown já ultrapassa 30 dias, tornando-se o mais longo da história dos Estados Unidos. O fechamento parcial, iniciado em 1º de outubro de 2025, tem gerado impactos econômicos estimados entre $ 7 e 14 bilhões apenas no último trimestre (Foto: Gage Skidmore/ Flickr)

O presidente Donald Trump voltou a pressionar seu partido para eliminar o mecanismo legislativo histórico do Senado que permite à minoria obstruir votações exigindo 60 votos para que um projeto de lei avance, mesmo que a maioria simples apoie a medida. Ele se pronunciou publicamente sobre o assunto em mensagens na Truth Social, defendendo que os republicanos “acabem com o filibuster agora”, sob o argumento de que a remoção da regra permitiria aprovar medidas contra os democratas e encerrar imediatamente o shutdown.

As declarações ocorreram em meio ao prolongado impasse orçamentário, que levou à paralisação parcial de diversos serviços do governo federal e reacendeu tensões internas no partido. Apesar da pressão pública, a proposta encontrou resistência no Senado. Lideranças republicanas defenderam a preservação do mecanismo como elemento fundamental de equilíbrio institucional, capaz de proteger a minoria, conter radicalizações e estimular o consenso.

Parlamentares moderados alertam que sua eliminação poderia abrir precedentes perigosos para futuros governos — inclusive se os democratas voltarem ao controle da Casa. Democratas argumentam que as pressões de Trump configuram uma tentativa de concentrar poder legislativo ao eliminar um dos últimos instrumentos de negociação institucional.

Nos últimos anos, ambos os partidos defenderam flexibilizações pontuais. Especialistas alertam que a remoção definitiva do filibuster poderá desencadear um efeito dominó, transformando o Senado em um espaço de decisões majoritárias sem mecanismos de contenção. Críticos ressaltam que a medida aumentaria a polarização, limitaria a negociação bipartidária e fragilizaria o equilíbrio de poderes.

O filibuster é um dos principais instrumentos de poder da minoria no Senado. Sua revisão — ou eliminação definitiva — seria considerada uma das alterações procedimentais mais significativas da história legislativa contemporânea dos Estados Unidos.

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