Na segunda-feira (17) o presidente Donald Trump voltou a ameaçar as cidades administradas por democratas que sediarão partidas da Copa do Mundo de 2026. Durante seu pronunciamento ao lado do presidente da FIFA, Gianni Infantino, Trump afirmou que poderá solicitar a transferência de jogos, caso considere que a criminalidade esteja elevada ou que governadores e prefeitos não estejam cooperando com o governo federal. Questionado diretamente sobre o que poderia motivar a retirada de partidas já programadas, ele respondeu que “os governadores e prefeitos precisam se comportar.”
O republicano concentrou parte das críticas na Califórnia, um dos principais polos da Copa. Em referência a Los Angeles, cidade-sede do jogo de abertura, citou a alta criminalidade e ressaltou que adoraria enviar a Guarda Nacional ou quem for necessário para o município. O republicano também sugeriu que qualquer sinal de instabilidade poderia motivar o pedido de mudança, e que os Estados Unidos têm
muitas cidades que adorariam receber os jogos. Ao ser questionado por Trump sobre a possibilidade de alterações, Infantino respondeu com cautela.
“Segurança é a prioridade número 1 para uma Copa do Mundo bem-sucedida. As pessoas confiam nos Estados Unidos. Sabem que virão aqui e terão uma Copa segura”, afirmou o dirigente da FIFA.
Há algumas semanas Trump disse que poderia retirar jogos de Boston. A prefeita democrata Michelle Wu afirmou que os contratos firmados com a FIFA garantem a manutenção dos jogos no Gillette Stadium, em Foxborough, e que nenhuma autoridade federal pode anular unilateralmente esses acordos. Ela ainda acusou o presidente de usar “táticas de intimidação” contra comunidades que não se alinham à sua agenda política e reafirmou que Boston — e a região metropolitana que abriga o estádio — está preparada para receber o evento.
O presidente defende que a presença federal é necessária para combater criminalidade e imigração ilegal, enquanto seus opositores consideram as operações excessivas e politicamente motivadas.
Alterar cidades-sede a menos de dois anos do evento seria praticamente inédito na história da Copa do Mundo. As 11 cidades americanas — ao lado das sedes no México e no Canadá — foram anunciadas em maio de 2022, após anos de planejamento. Desde então, governos locais têm investido em obras de infraestrutura, redes de transporte, operações de segurança ampliadas e preparação para receber milhões de torcedores.
